segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Romeu e Julieta



Era quinta feira 18/08/11  dia de muitas aulas mais o vicio da música como sempre me atormenta, mas que tormento bom.  Dia de concerto na Sala São Paulo, saímos da escola eu e minha namorada, fomos até  a galeria dos pães comemos aquele lanche sensacional e fomos para, A Sala São Paulo para assistir, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo / Stéphane Denève regente / Kristine Jepson mezzo soprano / Rúben Araújo tenor / Mikhail Petrenko barítono / Coro da Osesp / Coral Jovem do Estado 
 A sinfonia dramática Romeu e Julieta (1839) é a última obra composta por Berlioz na década mais produtiva de sua carreira — os anos 1830, em que foram criadas a Sinfonia Fantástica (1830), Harold en Italie (1834) e a Grande Missa Dos Mortos (1837).
Mesmo muito cansados a satisfação de escutar Música de qualidade, e bem acompanhado são realmente validos. Uma Super Noite!

Cais do Valongo é encontrado


Desembarque de escravos negros vindos da África. (Imagem: Rugendas)

Durante as obras de revitalização da zona portuária da cidade do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016, foram encontradas ruínas do maior porto de chegada de escravos do mundo – o Cais do Valongo, construído em 1758 para receber navios negreiros.

Uma equipe de pesquisadores do Museu Nacional inspecionou o terreno para impedir que vestígios históricos fossem perdidos. Entre as relíquias encontradas, estão materiais utilizados pelos escravos do século XIX, como botões produzidos a partir de ossos bovinos, cachimbo de cerâmica e objetos usados em atividades religiosas.

Historiadores estimam que, no período de colonização do Brasil, foram trazidos à força para o país cerca de 4 milhões de africanos. Desse número, aproximadamente 1 milhão  entrou no país pelo Cais do Valongo.

Após a proibição de importação de escravos em 1850, foi construído sobre o Valongo o Cais da Imperatriz, para receber a então princesa Teresa Cristina, que se casou com Dom Pedro II. Depois da Proclamação da República, o local, novamente aterrado, recebeu ruas e praças.

Tráfico negreiro para o Brasil


No Brasil, a escravidão negra teve início no século XVI com a colonização portuguesa. No século anterior, os portugueses já utilizavam escravos africanos nas ilhas da Madeira, de Açores e Cabo Verde. Quando da efetivação da exploração dos negros na colônia brasileira, negros de diversas partes da África foram trazidos para o trabalho escravo; inicialmente nos engenhos de açúcar dos portos de Salvador e Pernambuco, que foram os que mais movimentaram o tráfico durante os séculos XVI e XVII. Desenvolveu-se a partir de então um processo de dominação, usurpação de liberdade, exploração com fins lucrativos, desrespeito à cultura, às crenças e às diferenças.

O tráfico negreiro no Brasil foi proibido somente no século XIX, em 1850, por meio da Lei Eusébio de Queiróz. Entretanto, o fim da escravidão foi assinado somente em 1888 (Lei Áurea).

Navio negreiro – as condições de viagem

Os escravos eram transportados de um continente a outro nos navios negreiros, também conhecidos como tumbeiros. Eles eram colocados nos porões e faziam longas travessias em condições desumanas. Durante os meses de viagem, muitos ficavam doentes, passavam fome e sede. O ambiente dos porões era úmido e fétido. Não havia lugar específico para que os escravos pudessem fazer suas necessidades; sendo assim, viajavam em meio à sujeira, sem nenhuma higiene.

Devido às péssimas condições, muitos escravos morriam, e seus corpos eram jogados ao mar. Mas nem sempre esse era o procedimento adotado. Viajar ao lado de mortos era algo comum, o que debilitava ainda mais a saúde dos negros.

De acordo com pesquisadores, os traficantes costumavam transportar um número de escravos muito maior do que os navios comportariam para uma viagem minimamente confortável. Isso ocorria por saberem que, ao fim da viagem, a carga humana teria sido dizimada em grande parte. Escravos de diferentes partes da África, muitas vezes de tribos inimigas, eram colocados juntos, amontoados como simples mercadorias.

Segundo o historiador José Gonçalves Salvador, com o passar dos anos, diferentes tipos de embarcações foram usados para levar os escravos. Um exemplo é a “nau de três coberturas”, na qual os escravos ficavam separados por categoria: homens, mulheres, grávidas e crianças. Essa separação, ao contrário do que se possa imaginar, não implicava em conforto. Dentro de cada patamar, os escravos viajavam apertados em fileiras e assentados um após o outro, sem muita mobilidade. Veja um exemplo desse tipo de embarcação:




Dom Pedro I




Nasceu no palácio de Queluz, Portugal, em 12-10-1798. Filho de D. João VI e dona Carlota Joaquina. Veio para o Brasil com toda a Família Real, devido a invasão de Napoleão contra Portugal. Aos 18 anos casou-se com dona Maria Leopoldina, arquiduquesa d’Áustria, Em 1821 D. João voltou a Portugal deixando D. Pedro regendo o Brasil. No dia da partida disse a seu filho que tu¬do fizesse para o bem do Brasil, antes que aventureiros tomassem o seu lugar. Lembrando-se sempre dos dizeres do pai D. Pedro esforçava-se em unir os brasileiros com os portugueses.


Devido a mudança da Família Real para o Brasil, D. Pedro nunca pôde completar seus estudos, por esse motivo as Côrtes portuguesas chamaram-no à Europa para que os continuasse. O povo brasileiro receava ficar sem o príncipe regente e como prova da confiança que depositava nele, escreveu-lhe uma carta pedindo-lhe que ficasse no Brasil como perpétuo defensor deste País, carta essa que lhe foi entregue por intermédio de José Clemente Pereira. D. Pedro respondeu à carta com uma frase que mais tarde se tornaria histórica: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto; diga ao povo que fico”, motivo porque o dia 9-1-1822 passou a ser chamado o dia do “Fico”.

Foi então que começaram as lutas entre aqueles que apoiavam o príncipe regente e os que eram a favor da política portuguesa. Nesse meio tempo, D. Pedro viajou para São Paulo para verificar as fortificações do Porto de Santos. No dia 7 de setembro de 1822, quando voltava de Santos, encontrou na Colina do lpiranga, mensageiros que traziam-lhe cartas de Portugal e do Rio. Tomando conhecimento do que dizia D. João VI, D. Leopoldina e José Bonifácio numa das cartas, arrancou a espada e gritou: “Independência ou Morte!”. No dia 12 de outubro de 1822, D. Pedro foi proclamado imperador do Brasil, sendo a cerimônia de coroação realizada a 1º de dezembro. As tropas portuguesas percebendo sua derrota, retornaram à Lisboa.

Durante seu reinado sucederam-se os seguintes fatos: redigiu uma proclamação ao povo pedindo que os brasileiros se unissem cada vez mais e obrigando aos que fossem contrários, a se retirarem do País; a 3-5-1823, instalou a Assembléia Constituinte, na qual destacaram-se os irmãos Andradas, os quais discordando com os planos de D. Pedro I, tornaram-se oposicionistas, sendo neste mesmo ano dissolvida essa Assembléia e preso e condenado ao exílio José Bonifácio; a 25-3-1824, D. Pedro jurou à 1ª Constituição Brasileira; nesse mesmo ano houve a Revolução Pernambucana. Queriam a proclamação da República. Esta revolução foi denominada Confederação do Equador e chefiada por Frei Caneca e Paes de Andrade; em 1826, faleceram dona Maria Leopoldina, sua esposa, D. João VI, seu pai, tendo ele por esse motivo abdicado da Coroa Portuguesa em favor de sua filha Maria da Glória, princesa do Grão-Pará. Dois anos depois, deu-se a Independência da Província Cisplatina que passou a ser a República do Uruguai. Aos 31 anos, D. Pedro escolhe dona Amélia de Lauchtemberg para ser sua segunda esposa.

Em 1831, abdicou da Coroa do Brasil, pois estava aborrecido com as lutas entre os partidos políticos brasileiros, passando a Coroa a seu filho D. Pedro de Alcântara, que na época contava 5 anos de idade. De volta à Portugal, D. Pedro reconquistou o trono de que seu irmão D. Miguel havia se apoderado violentamente. Conquistou novamente os portugueses, derrotando aos que favoreciam D. Miguel. Mas não permaneceu muito tempo com a alegria de tornar-se querido pelos portugueses, tendo sido acometido pela tuberculose, que viria encerrar sua vida, em 24-09-1834 (no mesmo palácio de Queluz, onde havia nascido há 36 anos).

domingo, 28 de agosto de 2011

Domingo e Minhas Leituras...



Domingos são dias de leituras,  preparar aulas, corrigir provas e atividades, namorar. Dias de descanso. Vésperas de trabalho. Em nada se comparam com a Sexta-feira, véspera de descanso e promessa de prazeres, ou mesmo com o Sábado, dia do Senhor,  esse dia tão gostoso no convívio de amigos e família, mas  que se esconde atrás do capote do Domingo. Mas é ao Domingo que pertence a honra de iniciar uma nova semana, de traçar essa linha sempre fina e bamboleante entre o antes e o depois. É  pois ao Domingo que dedico mais uma excelente rubrica deste blog.

Deixar para trás o berço cultural e mergulhar na profundidade  de outras Histórias, faz-me sempre questionar coisas que antes pareciam óbvias. Faz-me parar e pensar porquê.  Hoje  larguei minha leitura recomendada  por meus alunos e professores “A garota da Capa Vermelha”. E “O Trinfo da Música”  reli avidamente o célebre livro  “O Príncipe”
 escrita de 1513 a 1516, foi publicada postumamente, em 1532.A obra reflete seus conhecimentos da arte política dos antigos, bem como dos estadistas de seu tempo, e expressa claramente a mentalidade da época. Formulando uma série de conselhos ao príncipe, o autor expôs uma norma de ação autoritária, no interesse do Estado. Deste modo, Maquiavel ilustrou a política renascentista de constituição de Estados fortes, com a superação da fragmentação do poder, que caracterizara a idade média.

Um trecho que me chamou muita atenção:
Nada faz estimar tanto um príncipe como as grandes empresas e o dar de si raros exemplos. Temos, nos nossos tempos, Fernando de Aragão, atual rei de Espanha. A este pode-se chamar, quase, príncipe novo, porque de um rei fraco tornou-se, por fama e por glória, o primeiro rei dos cristãos; e, se considerardes suas ações, as achareis todas grandiosas e algumas mesmo extraordinárias. No começo de seu reinado, assaltou Granada e esse empreendimento foi o fundamento de seu Estado. Primeiro ele o fez isoladamente, sem luta com outros Estados e sem receio de ser impedido de tal; manteve ocupadas nesse empreendimento as atenções dos barões de Castela que, pensando na guerra, não cogitavam de inovações e ele, por esse meio, adquiria reputação e autoridade sobre os mesmos sem que de tal se apercebessem. Pode manter exércitos com dinheiro da Igreja e do povo e, com tão longa campanha, estabeleceu a organização de sua milícia que, depois, tanto o honrou. Além disto, para poder encetar maiores empreendimentos, servindo-se sempre da religião, dedicou-se a uma piedosa crueldade expulsando e livrando seu reino dos marranos, ação de que não pode haver exemplo mais miserável nem mais raro. Sob essa mesma capa, atacou a África, fez a campanha da Itália e, ultimamente, assaltou a França; assim, sempre fez e urdiu grandes empreendimentos, os quais em todo o tempo mantiveram suspensos e admirados os ânimos dos súditos, ocupados em esperar o êxito dessas guerras. Essas suas ações nasceram umas das outras, pelo que, entre elas, não houve tempo para que os homens pudessem agir contra ele.

To quase acabando momentos finais... até que o sono me tome!
Boa Semana!

sábado, 27 de agosto de 2011

Cora Coralina: Lindo demais Coração é terra que ninguém...




Lindo demais
Coração é terra que ninguém vê

Quis ser um dia jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.

Quis ser um dia jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.

Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente
a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão

Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração. Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia. Porta fechada,
foi que encontrei...

Cora Coralina

Irmãos Limbourg

Irmãos Limbourg. Les Très Riches Heurs du duc de BerryOutubro.
1412-1416. Iuminação s/ pergaminho; 22,5x13cm. Chantilly, Musée Condé



Irmãos Limbourg. “Maio”, in Les très riches heures du duc de Berry.
1412-1416. Iluminura sobre pergaminho; 22,5 x 13,6cm. Chantilly, Musée Condé.


  "C'est mai, c'est le joli mois de mai!",  diz uma antiga canção francesa. Chegou o belo mês de maio.
       May day, o primeiro dia de maio, é dia de festa, de celebração, desde a antiguidade. Na Roma antiga, entre 28 de abril e 3 de maio se realizavam as festas da primavera - a Floralia -quando a gente comum podia se divertir com música, dança, canto, teatro e jogos.
       Na Idade Média, alguns costumes derivados do festival da Floralia faziam com que, no primeiro dia de maio, os rapazes saíssem para o campo em busca de pequenos ramos e que as pessoas vestissem roupas verdes. Quem não o fazia podia virar alvo de chacota. E aí está a origem da expressão francesa "je vous prends sans vert" (ou seja, literalmente: te peguei sem verde, ou, aproximadamente: te peguei bobeando). Em alguns locais era comum que os nobres distribuíssem as caras roupas verdes a seus súditos.
       Na deliciosa imagem dos irmãos Limbourg, trabalhando na França para o duque de Berry, Maio vem ilustrado pelas reminiscências da floralia. No arco que envolve a cena, o estado do céu revela os signos zodiacais de touro e gêmeos. Embaixo, ao som de música e acompanhando um alegre cortejo, três damas a cavalo vestem o verde da festa. Gente nobre, conforme indica a suntuosidade das roupas. O próprio duque de Berry parece ter sido ali representado, com o manto azul cravejado de flores bordadas a ouro; ele, que quando rapaz corria ao campo em busca dos ramos do may day.  No segundo plano, uma densa cortina de árvores indica a floresta, mas nos deixa entrever acima, fechando o horizonte, as torres e tetos dos palácios urbanos. Estamos na aurora da Idade Moderna.

A Escola de Atenas

Depois de discutir horas com Professores de Música, Artes, Português e História descobrimos juntos a incrível, oportunidade de fazer  uma Interdisciplina com obras de artes comecei a fazer em sala de aula e já posso colher alguns resultados pedindo em provas, atividades ou até mesmo para casa. Que os alunos façam uma leitura das obras contextualizando todas essas matérias. Vou postar algumas Obras na qual me chamam muita atenção.  


A Escola de Atenas de Rafael Sanzio, foi feito em 1509 d.C. Ele procura representar a importância das Discussões políticas e filosóficas em Atenas.

domingo, 21 de agosto de 2011

O Segredo...


" O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você."  (Mário Quintada)

Amor América


Amor América (1400)


 (Pablo Neruda)

Antes do chinó e do fraque
foram os rios, rios arteriais:
foram as cordilheiras em cuja vaga puída
o condor ou a neve pareciam imóveis;
foi a umidade e a mata, o trovão,
sem nome ainda, as pampas planetárias.

O homem terra foi, vasilha, pálpebra
do barro trêmulo, forma de argila,
foi cântaro caraíba, pedra chibcha,
taça imperial ou sílica araucana.
Terno e sangrento foi, porém no punho
de sua arma de cristal umedecido
as iniciais da terra estavam escritas.

Ninguém pôde
recordá-las depois: o vento
as esqueceu, o idioma da água
foi enterrado, as chaves se perderam
ou se inundaram de silêncio ou sangue.

Não se perdeu a vida, irmãos pastorais.
Mas como uma rosa selvagem
caiu uma gota vermelha na floresta
e apagou-se uma lâmpada da terra.

Estou aqui para contar a história.
Da paz do búfalo
até as fustigadas areias
da terra final, nas espumas
acumuladas de luz antártica,
e pelas Lapas despenhadas
da sombria paz venezuelana,
te busquei, pai meu,
jovem guerreiro de treva e cobre,
ou tu, planta nupcial, cabeleira indomável,
mãe jacaré, pomba metálica.

Eu, incaico do lodo,
toquei a pedra e disse:
Quem me espera? E apertei a mão
sobre um punhado de cristal vazio.
Porém andei entre flores zapotecas
e doce era a luz como um veado
e era a sombra como uma pálpebra verde.

Terra minha sem nome, sem América,
estame eguinocial, lança de púrpura,
teu aroma me subiu pelas raízes
até a taça que bebia, até a mais delgada
palavra não nascida de minha boca.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

CULTURA E PENSAMENTOS MEDIEVAIS



Quando se fala em idade média, logo vem a mente perseguição religiosa, pessoas  torturadas, cavaleiros, reis poderosos e a igreja no controle da vida das pessoas.
Mas além de coisas desagradáveis, houve outros  fatos que foram de importância para a história e que ocorreram na idade média. Por exemplo: o avanço do cristianismo como força unificadora da Europa; o desenvolvimento das línguas e literatura européia; a criação de universidades, igrejas, arte gótica e entre muitos outros. Durante o reinado dos merovíngios, não havia tantos locais para instrução escolar, a não ser as escolas episcopais, mantidas pelos bispos com o objetivo de garantir a continuação de novos clérigos,e os mosteiros , locais onde os monges se dedicavam , entre outras coisas , a copiar manuscritos antigos. Com isso a igreja  conseguiu deter boa parte do conhecimento durante a idade média. Porqeu o clero era a elite intelectual e suas escolas eram fontes exclusivas do saber na Europa Ocidental.
A grande influência da igreja sobre a cultura e o pensamento das pessoas teve bases sólidas e materiais; ao longo dos séculos, a igreja se organizou politicamente e territorialmente, pois tinha muitos feudos, além de ter prestígio com a classe dominante,( reis e nobres). Logo a cultura medieval passsou a se espelhar o pesamento da igreja, isso passou a ser conhecido como teocentrismo cultural, ou seja, o mundo era subordinado as leis de Deus. A igreja  ainda passou , por meio de suas ordens a direcionar a produção cultural, mas as cidades começaram a se desenvolver e tornaram-se centros de novos valores culturais e assim foi saindo aos pouco dos dogmas da igreja.
EDUCAÇÃO
Como já foi citado quem controlava a educação era o clero católico. No século IX, fudaram-se escolas junto as catedrais. Logo em seguida, vieram as universidades. Sendo que algumas delas são conhecidas até hoje, com exemplo: Oxford e Cambrigde. Mas em todas as faculdades da época , a influência da igreja era forte. As aulas eram ministradas em latim, e algumas das matérias de estudo eram: teologia ( filosofia),ciências, letras, direito e medicina.
O curso era composto pelo  triarium, nesta se ensinava gramática, retórica e lógica; o quadriarium, esta parte ensinava aritmética, geometria, astronomia e música.
No final do curso , os alunos já podiam se preparar profissionalmente nas “escolas de artes liberais”, ou continuar nas áreas d a medicina, direito ou teologia.

As universidades tinham vários privilégios como: ensinar seus graduados, isenção de impostos , isenção do serviço militar, além do direito de julgamento especial em foro acadêmico para seus membros. Estas vantagens eram sempre garantidas ou pelo imperador ou pelo Papa, que na época eram as maiores autoridades.
LITERATURA
No geral,a idade média, mostra a preocupação  religiosa do homem de retratar sua época. Na poesia procurou-se  mostrar os valores e as virtudes do cavaleiro entre elas a justiça, o amor e a cortesia. Destacou-se a poesia épica , ou seja, que fala das ações corajosas dos cavaleiros; e a poesia lírica  que fala do amor cortês, dos sentimentos  dos cavaleiros em relação as suas amadas damas.Um destaque da literatura desse período foi: Dante Alighieri, autor de  A Divina Comédia.
ARQUITETURA
Os estilos dominantes da arquitetura medieval foram: o gótico e o românico.
» gótico: surgiu entre os séculos XII e XVI. Predominou principalmente na França, Inglaterra e Alemanha. Difere do estilo românico por sua leveza e traços verticais. São nas construções góticas que aparecem as janelas ornamentadas com vi trias coloridos, onde se permitia uma boa iluminação interior. As paredes ficaram mais finas e as altas abóbodas eram apoiadas em longos pilares. As obras de maior destaque neste estilo são as catedrais, como a de Paris.
» Românico: desenvolveu-se entre os séculos  XI e XIII. Suas características principais são os traços simples e austeros, como grossos pilares, tetos e arcos em abóboda, janelas estreitas e muros reforçados. Um exemplo deste estilo  é a igreja de São Miguel , em Lucca.
PINTURA
É obvio, que a pintura medieval foi dominada por temas religiosos. Onde a atenção do pintor não era tanto nas paisagens, mais sim, na representação de Santos e divindades.Também aparece nesta época, a pintura de murais, vi trias e miniaturas. Os mais destacados pintores foram: Giotto e Cimabue.
MÚSICA
Há uma pequena divisão: música Sacra e a música popular, nesta  aparece os trovadores e menestréis.Na música Sacra o destaque ficou com o Papa  Gregório Magno,  que introduziu o Canto Gregoriano, que é  caracterizado por uma melodia simples e suave, cantada por várias vozes em um único som.

Já música popular , o destaque fica com  trovadores e menestréis.Trovador: eram os compositores e poetas que criavam obras de caráter popular. Menestrel: era o cantor do trovador. Visto que sempre o acompanhava. Eles tinham suas  obras inspiradas em temas românticos ou feitos heróicos dos cavaleiros. Surgiram na França, por volta do século XI, de lá se espalharam para outras partes da Europa.
FILOSOFIA E CIÊNCIA
Se for analisar bem, a idade média pode ser até paradoxa, pois de um lado  com a influência religiosa muitos trabalhos científicos , que fossem diferentes do que a igreja ensinava, já podia ser considerado com uma heresia e assim ser proibido. Mas por outro lado a ciência e a filosofia estavam entrelaçadas. A influência árabe e grega foram muito forte para o progresso da matemática, astronomia, biologia e medicina.Também houve o aperfeiçoamento na  navegação, com a utilização da bússola, dos mapas de navegação, do astrolábio além de outros instrumentos.Um dos grandes nomes da ciência medieval foi o monge franciscano Roger Bacon (1214-1294), que introduziu a observação da natureza e o uso de experimentação com métodos científicos. Ele ficou conhecido como  doutor Admirável, Bacon conseguiu desenvolver estudos em diversas áreas como : geografia, filosofia e física.
Na filosofia, destacaram-se  santo Agostinho  e Tomás  de Aquino. A principal preocupação deles  era tentar harmonizar a fé cristã com a razão. Santo Agostinho era de uma corrente filosófica denominada  patrística. Já São Tomás de Aquino, conseguiu reconstruir, dentro da visão cristã, boa parte das teorias de Aristóteles.Santo Agostinho fez a síntese da filosofia clássica com a platônica junto com a fé cristã. Segundo a teologia  agostiniana, a  natureza humana é por essência  corrompida.A remissão  estava na fé em Deus , a salvação eterna. As principais obras dele foram :  confissões e Cidade de Deus.
Essa visão pessimista em relação  a natureza humana foi substituída na Baixa Idade média por uma concepção mais otimista e empreendedora do homem, com a filosofia escolástica, que procurou harmonizar razão e fé , partindo do fato que o progresso do ser humano dependia não só da vontade divina,mas do esforço do próprio  homem. Essa atitude  refletia uma tendência a valorização dos atributos racionais do homem, não devendo existir conflito entre fé e razão, pois ambas auxiliavam o homem na busca do conhecimento.
Se por um lado a escolástica valorizou a razão e substituiu a idéia agostiniana de predestinação pela concepção de livre árbitro, isto é, de capacidade de escolha. O clero tinha o  papel de orientar moralmente e espiritualmente a sociedade , condicionando a liberdade de escolha com as vontades da igreja. Desse modo  ao mesmo tempo que buscava assimilar as transformações sociais, tentava preservar os valores do mundo feudal decadente, assegurando a supremacia de sua mais poderosa instituição – a igreja.
São Tomás de Aquino( 1225- 1274), deu aulas na universidade de Paris, foi o mais influente filósofo escolástico inspirado na tecnologia cristã e no pensamento de Aristóteles,elaborou a Suma teológica, obra em que discorreu sobre os mais diversos assuntos, como religião, economia e política. O pensamento de  São Tomás constituiu um poderoso instrumento de ação do clero durante a Baixa Idade Média.

Os Persas


  
Os persas viviam onde hoje é o Irã. A partir do século VI a.C., iniciaram a conquista de um dos maiores impérios da Antiguidade. Em 1935, a Pérsia passou a se chamar Irã.

 Localização:

   Os persas formaram o maior império do Oriente Antigo, unificando vários povos do Crescente Fertil, suas fronteiras se estendiam do Mar Mediterrâneo até o Oceano Índico. Habitavam o planalto do Irã, situado a leste da Mesopotâmia, uma região semi-árida, com montanhas, ricas em minerais, desertos e poucos vales férteis, de clima seco, com grandes oscilações de temperatura.

 Origem do Império Persa:

   A partir de 2000 a.C., a região foi ocupada por povos de pastores e agricultores, vindos do sul da atual Rússia, que invadiram o planalto. Os medos fixaram-se ao norte do planalto do Irã, enquanto os persas se estabeleceram na parte sudeste, próxima ao golfo Pérsico.
   Os primeiros habitantes desse planalto dedicaram-se ao pastoreio e, nos vales férteis, desenvolveram o cultivo de cereais, frutas e hortaliças.
   A região era também rica em recursos minerais, encontrados nas montanhas vizinhas: ferro, cobre, prata etc.

 Formação:

    No século VIII a.C., os medos possuíam um reino com exército organizado, que dominava povos iranianos e persas, obrigando-os a pagar impostos.
    Em 550 a.C. (séc. VI a.C.), Ciro, do clã persa dos aquemênidas, liderou uma rebelião contra os medos, vitorioso, reuniu sob seu domínio todas as tribos que habitavam o planalto iraniano. A partir daí, começou a formação do Império Persa. Ciro conduziu a Pérsia à expansão, conquistando várias regiões, solucionando o problema do aumento da população e da pequena produção agrícola na região.

Fundador do Império Persa, Ciro, o Grande, após vencer os medos e reunir sob seu domínio todas as tribos que habitavam o planalto iraniano, conquistou os reinos da Lídia e as cidades gregas da Ásia Menor. Em 539 a.C., conquistou a Mesopotâmia. Por sua ordem, nesse mesmo ano, os judeus retornaram à Palestina, terminando assim o cativeiro da Babilônia. Ciro incorporou ao império toda a Mesopotâmia, a Fenícia e a Palestina.
        Ciro morreu em combate, em 529 a.C., e foi sucedido pelo filho, Cambises, que com um grande exército conquistou o Egito, em 525 a.C., na batalha de Pelusa. Ao voltar para a Pérsia, Cambises morreu assassinado em uma revolta interna. Foi sucedido por Dario I (521-486 a .C.).

Administração:

   O sistema administrativo persa foi um dos mais eficientes da Antiguidade Oriental. O Império Persa era governado por uma monarquia absoluta teocrática. Possuía quatro capitais: Susa, Persépolis, Babilônia e Ecbátana.
     Dario I enfrentou diversas rebeliões dos povos dominados. A fim de combater as rebeliões, Dario I dividiu o Império Persa em 20 províncias denominadas Satrápias, e nomeou sátrapas, altos funcionários reais, para administrá-las. Com a intenção de não dar poderes absolutos aos sátrapas, nomeou para cada província um general e um secretário subordinados diretamente ao sátrapa.
      O sátrapa era responsável pela arrecadação dos impostos em seu território. Uma parte dos tributos ele usava para manter a administração e o exército, a outra, ele enviava para o rei.
      Para evitar traições, Dario I, enviava fiscais reais às Satrápias, conhecidos como “os olhos e os ouvidos do rei”, para fiscalizá-los. Para garantir o controle do império, o rei possuía um poderoso exército e mandou construir uma rede de estradas ligando os grandes centros, que lhe permitiram mandar seus funcionários ou o exército de um extremo ao outro com relativa facilidade. A mais famosa era estrada real, que ia de Susa até Sardes, na Ásia Menor, com uma extensão de 2500 quilômetros.
       Ele organizou um eficiente sistema de correios e instituiu uma moeda, o dárico, cunhada em prata ou ouro, para facilitar as atividades comerciais.
       O rei dos persas não era considerado um deus, mas apenas um representante de Deus diante dos homens. Cuidava da administração do país, a partir de grandes capitais como Pasárgada, Babilônia e Susa, deslocando-se muito pouco através do império.
       Com o tempo a metrópole tornou-se parasitária, vivendo fundamentalmente dos tributos cobrados dos povos conquistados. Estes tributos permitiram grandes construções em Persépolis, nova capital do império, e contribuíram para o fortalecimento econômico e político da burocracia persa, ao mesmo tempo em que arruinaram a economia das regiões conquistadas.
       Apesar dos conquistadores persas respeitarem os usos e costumes das regiões conquistadas, era constante as rebeliões das populações subjugadas contra a dominação persa. Isto é facilmente explicável: era o excedente econômico, produzido por estas populações, que financiava as grandes construções e a expansão militar persa. Com o aumento das guerras de conquista, aumentavam constantemente os tributos cobrados pela metrópole.
      Como no Egito, a agricultura (base de sua economia) dependia das cheias dos rios Tigre e Eufrates. O controle econômico era exercido pelo Estado, conforme os padrões do “modo de produção asiático”. Plantava-se a cevada, o trigo e o centeio.

 Declínio:

    O governo de Dario I não só marcou o apogeu do império (período compreendido entre o final do século VI a.C. e o início do século V a.C), mas também o início de sua decadência. O grande objetivo de Dario I era conquistar a Grécia; mas, em 490 a.C., foi derrotado pelas cidades gregas sob o comando de Atenas.
      Xerxes, filho de Dario que o sucedeu no poder, também foi derrotado pelos gregos. Em 330 a.C., o Império Persa caiu sob o domínio de Alexandre, da Macedônia.
      Com dificuldades de manutenção do poder interno, a Pérsia enfraqueceu-se, sendo alvo de vários golpes políticos. Alexandre, o Grande, da Macedônia, conquista a Pérsia em 330 a.C.     
      Por volta do século VIII a.C., iniciou-se a expansão grega pelas costas e ilhas do mar Egeu, pelo mar Negro, pelas costas da Ásia Menor. Nos fins do século VI a.C., o Império Persa, que havia se expandido pela Ásia Menor, havia conquistado as colônias gregas desta região. Com o enfraquecimento do Império Persa, motivado pelas rebeliões internas e pela derrota dos persas na Frigia, estas colônias gregas se revoltaram. Isto levou às guerras Médicas onde os persas foram derrotados pelos gregos. Começou aí a retração do Império Persa, que acabou sendo conquistado pelos gregos em 330 a.C.
       Apesar de manter um exército superequipado, os persas tiveram grande dificuldade em administrar os vastos territórios conquistados. Em consequência, o império persa chegou ao fim em 331 a.C. quando Alexandre Magno derrotou Dario III na Batalha de Arbelas.
       Mais tarde, depois da dominação macedônica, os persas caíram sob o jugo romano, só ressurgindo de forma independente no século III d. C. No século VII, o Império Persa acabou conquistado pelos árabes, incorporando traços de sua cultura, como a religião islâmica.

 Economia e sociedade:      

     Baseava-se na agropecuária, com irrigação pela água das montanhas, na criação de gado e na exploração de minérios. A moeda era o dárico, cunhada em ouro, que estimulou o comércio e consequentemente o artesanato.
      Com a formação do império, o comércio passou a ser uma atividade importante, dando origem a uma camada de ricos comerciantes. Por ele passavam rotas de caravanas comerciais ligando a Índia e a China ao mar Mediterrâneo. O comércio impulsionou a indústria de tecidos de luxo, jóias, mosaicos e tapetes de rara beleza.
        A sociedade persa era dividida em rígidas camadas sociais. No topo da sociedade estava o rei, abaixo do rei estavam os aristocratas (sacerdotes, nobreza e os grandes comerciantes). Depois, a camada média da população (pequenos comerciantes, artesãos e soldados).
       Os camponeses, considerados homens livres, formavam outra classe social. Estes viviam miseravelmente, muito explorados eram obrigados a entregar quase tudo o que produziam para os donos das terras. Eram obrigados também a prestar serviços na construção de palácios e de obras públicas (canais de irrigação, estradas, etc.). Por último, vinham os escravos, aprisionados nas conquistas militares, formavam um grupo numeroso, que executavam os trabalhos mais pesados na construção de palácios e obras públicas.   

Religião:  

       O profeta Zoroastro ou Zaratustra criou uma religião dualista, que afirmava ser o universo dividido entre um deus mau, Arimã; e um deus bom, Ormuz, que lutam até a vitória final do bem. Zoroastro viveu entre 628 e 551 a. C. Seus princípios estão contidos no livro sagrado denominado Zend-Avesta.
        Os persas aceitavam a existência de duas divindades opostas, que estavam sempre em luta: Aura-Mazda (o Bem) era o deus da luz e criador das coisas boas da Terra e Arimã (o Mal) era o responsável pelas doenças e pelas desgraças do mundo, sendo o deus das trevas.
        A vitória final seria de Aura-Mazda, que lançaria Arimã num precipício. Acreditavam também na imortalidade da alma, na ressurreição dos mortos e no juízo final.
        Na Pérsia não existiam templos ou cultos. Zoroastro acabou com as crenças nos antigos ídolos ao demonstrar que a verdade e a pureza eram expressões do próprio culto.
        Muita característica do zoroastrismo influenciou outras religiões, como o cristianismo e o judaísmo. Algumas virtudes recomendadas pelo zoroastrismo, como o cumprimento às obrigações de trabalho, obediência aos governantes, criação de muitos filhos e cultivo da terra, serviam também para convencer a camada mais inferior da sociedade persa a não se revoltar contra a situação de exploração a que vivia submetida. Essa concepção religiosa acabou por se transformar em importante fator de controle político e social por parte dos reis e da aristocracia persa.

 Cultura:     

         As criações artísticas e intelectuais sofreram influência das culturas dos povos vizinhos. Os persas optaram a princípio pela escrita cuneiforme, inventada pelos sumérios, que depois foi substituída por uma escrita alfabética. Adotaram o uso de moeda (o dárico), visando ao desenvolvimento do comércio.
          Na arquitetura, os persas usaram como modelo as construções babilônicas e egípcias, embora os grandes monumentos persas não fossem templos – como no Egito e na Mesopotâmia – e sim palácios reais.
          A grande herança cultural deixada pelos persas foi a religião, diferente de todas as outras existentes no Oriente Próximo.
27/03/09

Liga/Guerra dos Peloponeso



A Liga ou a Guerra do Peloponeso foi uma aliança estabelecida entre várias cidades na Grécia Antiga, tendo Esparta como cidade organizadora.
Durante o século VI a.C., a Grécia sofreu uma série de invasões dos persas. Foram três os momentos de verdadeira guerra entre persas e gregos. No intervalo entre a segunda e a terceira tentativa de invasão à Grécia, Atenas organizou, sob seu comando, uma liga envolvendo as cidades gregas para que pudessem se preparar para futuras invasões dos persas. A aliança que foi formada recebeu o nome de Liga de Delos e realmente foi útil para mais um conflito contra os persas, mas que, por sua vez, já estavam bem enfraquecidos.

Atenas reunia as cidades da aliança e cobrava impostos com o argumento de que seriam para prevenção em caso de nova invasão, o que não aconteceu mais. Com essa política, o poderio da cidade-estado de Atenas cresceu muito entre os gregos. O uso do poder passou a ocorrer de forma exploratória, já que a cobrança que Atenas fazia era desnecessária para a realidade que viviam, gerando um caráter autoritário.

A situação vivida sob a Liga de Delos gerou desconforto entre outras várias cidades gregas. Foi então que Esparta reuniu cidades para uma insurreição e contestação à autoridade ateniense. Esparta sempre foi conhecida por sua organização hierárquica e militar sólida, os espartanos se constituíam em um povo militarizado. Essa característica fez com que Esparta assumisse a liderança de uma nova aliança grega, surgindo então a Liga do Peloponeso. Os gregos participantes da nova aliança fizeram frente à tirania de Atenas na Liga de Delos, partindo para um combate direto. A organização militar de Esparta foi fundamental para decidir os rumos do conflito e tornar os espartanos líderes dos gregos.

Várias cidades aderiram ao ideal da Liga do Peloponeso, que passou a contar também com cidades que eram derrotadas ou abandonavam a Liga de Delos. Esparta mantinha o posto de centralidade da aliança que reunia um conselho de aliados para ser controlada. Não havia uma arrecadação constante de tributo como acontecia com a Liga de Delos, os impostos eram recolhidos apenas em ameaça de guerra para gerar fundos para o eventual combate. Mas havia uma superioridade de decisões que cabia somente a Esparta. Esta cidade era a única dotada do direito de convocar um congresso da liga e, por mais que toda cidade integrante da aliança tivesse direito a um voto, Esparta não era obrigada a seguir as resoluções propostas pela Liga de Delos e ainda tinha o poder de impor seus interesses.

Não havia exatamente uma aliança que proporcionasse direitos iguais a todos os membros da Liga do Peloponeso. O intuito de promover proteção e segurança recaia principalmente sobre Esparta, mas o desejo coletivo de combater a tirania, que havia sido promovida por Atenas à medida que seu poder se elevou na Liga de Delos, unia as oligarquias gregas.

A Liga do Peloponeso permaneceu ativa por muito tempo, suas atividades e poderio de Esparta ainda estavam presentes no século IV a.C.. O fim da hegemonia de Esparta só aconteceu no momento em que se expandiu o poderio de Tebas, que conduziu à dissolução da Liga do Peloponeso.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Liga de Delos



Os Persas, apesar de vencidos pelos Gregos nas batalhas de Maratona (490 a. C.), Salamina (480) e Plateias e Mycale (479), não foram exterminados ou definitivamente afastados do mundo grego depois das duas primeiras guerras entre os dois povos; pelo contrário, mantiveram a sua ameaça. Aliás, os Gregos acreditavam mesmo que os Persas regressariam rapidamente para uma terceira tentativa, o que não chegou a acontecer - apesar de ter sido sua intenção - devido a problemas internos (voltaram somente trinta anos mais tarde). Numa atmosfera de medo e inquietação, urgia criar medidas de prevenção e defesa do Egeu e da Ásia Menor, mais do que do próprio continente. Era importante manter viva a chama da resistência tenaz dos Gregos aos Persas, só possível devido às tréguas alcançadas entre as polis rivais e à sua união perante o inimigo.

Atenas, comercialmente ativa e rica, era, de forma natural, a mais importante das cidades-estados gregas e aquela que oferecia - em grande parte devido aos seus êxitos nas duas guerras anteriores - melhores condições políticas e organizativas para comandar a unidade helénica contra o perigo persa. Neste contexto surgiu uma coligação de várias cidades gregas, comandadas por Atenas, com centro administrativo na ilha de Delos. Esta escolha advinha do facto de aquela ilha possuir uma importância religiosa de carácter pan-helénico, pois ali se situava um importante templo dedicado a Apolo, local de convergência de gregos de vários pontos do Mediterrâneo e de fácil acesso por mar, situada que estava no centro do Egeu.
Esta Liga - ou Confederação - de Delos, também denominada Ático-Délica, consistia numa aliança de natureza político-militar das polis gregas em torno do Mar Egeu. O principal objetivo residia na luta contra o perigo persa. Idealizada pelo ateniense Aristides, concretizou-se efetivamente em 478 a. C., um ano após as últimas vitórias sobre os Persas. Tinha por base um sistema de contribuições, por parte das cidades coligadas, em embarcações, marinheiros ou dinheiro, no sentido de se criar uma frota comum. Cada cidade continuava, porém, a manter a sua autonomia e identidade. A preponderância política e administrativa de Atenas rapidamente se alargou para o campo militar e operacional, pois passou a deter o comando dessa armada helénica. A Liga de Delos tinha como órgão legislador e executivo um conselho composto por delegados das várias cidades.

A maior parte das cidades optou por contribuir com dinheiro, formando-se um tesouro, dito de Delos. A Atenas ficava reservada a incumbência de construir e armar a frota; as embarcações eram assim feitas nos seus estaleiros do Pireu, para além de que as tripulações eram também atenienses. Assim, a frota da Liga de Delos confundia-se cada vez mais com a marinha de guerra de Atenas, o que na prática acabou por se concretizar. Afastado o perigo persa, depois da sua terceira e última tentativa, entre 450 e 449 a. C. (paz de Címon ou de Callias), a Liga começou a perder sentido. Reavivou-se então o desejo das polis confederadas de regressar à sua autonomia anterior. Atenas, todavia, dominando cada vez mais a Liga, transformou-a num instrumento da sua política imperialista, nomeadamente sob o governo de Címon e de Péricles, estadistas sob cujo consulado se atingiu o apogeu ateniense. As polis, contudo, mantiveram as suas contribuições monetárias, com Atenas na direção e controlo militar: o contributo anual das cidades era tão elevado que se calcula hoje que igualava o rendimento público de Atenas.

A Liga tornou-se assim o "império de Atenas": qualquer tentativa de rebelia ou intenção autonómica em relação à Liga de Delos era rapidamente esmagada e punida por Atenas, o que conduziu à satelitização de várias cidades em torno da sua influência. A figura cimeira deste "império" ateniense foi Péricles, estadista virado para a expansão, disciplina e equilíbrio na administração da polis. Esta crescente hegemonia ateniense desenhara-se claramente já em 454, com a transferência da sede da Liga e dos seus tesouros para Atenas (que alegava que ali estavam mais ao abrigo dos Persas), deles se servindo Péricles para reconstruir e embelezar a cidade. Por outro lado, suprimiu o conselho federal das cidades, o que cimentou ainda mais o imperialismo ateniense. Estalaram revoltas, como a de Samos (440-39 a. C.), que foram reprimidas: Atenas tratava os aliados de uma forma inferior e secundária, construindo uma paz armada e instável.

Para além de alianças com outras polis gregas (da Sicília, Trácia ou Crimeia), com o intuito estratégico de assegurar a sua política imperialista, Atenas envolveu-se cada vez mais em tensões com outras cidades gregas, como Esparta, despertando animosidades e revoltas contra a Liga. Esta, já enfraquecida e cada vez mais uma imagem de Atenas, sucumbiu com a Guerra do Peloponeso, na qual Atenas saiu derrotada por Esparta em 404 a. C. Uma nova Liga surgiu entre 378-77 e 338 a. C., também sob a égide ateniense, para combater a preponderância de Esparta. Porém, teve menor importância e vitalidade do que a Liga de Delos e o seu fim apareceu com o domínio da Grécia por Filipe da Macedónia.