sexta-feira, 29 de junho de 2012

Assim...




A Vida é Assim

Às vezes nada acontece como nós queremos como nós desejamos
Às vezes esperamos algo... Mas nunca vem
Às vezes amamos alguém
Às vezes alguém nos ama
Mas não somos correspondidos e não correspondemos à altura
Às vezes temos a oportunidade de sermos felizes, mas não  conseguimos
Às vezes a felicidade esta onde nós menos esperamos
Às vezes está em nossa frente diante dos nossos olhos
Mas por algum motivo não conseguimos enxergar
Quando conseguimos enxergar, já é tarde...
Perdemos a oportunidade que não teremos mais
Às vezes sentimos culpados por não termos enxergado o que esta diante de nossos olhos
Às vezes não nos perdoamos
Por medo
Por não ter tentado
Por não ter acreditado
Por não ter dado uma chance
E acabamos perdendo o que poderia ser a FELICIDADE
Às vezes olhamos para trás e sentimos que poderíamos ter arriscado
E mesmo com o medo
Ter tentado
Ter acreditado
Ter dado uma chance
Às vezes temos que arriscar para não cometer-mos os mesmos erros do passado
Às vezes temos que olhar a nossa volta
Procurar o que nos faz feliz, o que nos deixa feliz
O que nos faz bem, o que nos faz sentir bem
Aproveitar as oportunidades

A vida é assim...

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Quando Penso em ti...




Quando penso em ti,
surge sem pincel,
como se estivesse aqui,
o desenho do céu.

Teus olhos são gaivotas,
a amplidão que se vê,
a brisa que vai e volta,
todo o azul é você.

Sinto tua presença,
vivo teu calor.
És minha crença,
da vida o melhor sabor.

Gosto de ao leu
deixar o olhar se perder.
Ele parece o papel
em que vens escrever.

Nele desenhas linda
dois corações ligados,
que se ligam mais ainda
dia após dia passados.

Esta é a nossa aquarela:
o céu como sorriso
prova da mulher mais bela
me levar ao paraíso.

O vira-lata como psicanalista das massas.


Tom Waits,artista que sempre falou com os cães sob a tempestade
Observei a cena ontem por uns 45 minutos, um tempo de um jogo de futebol. Um pobre farrapo humano em desabafo da vida com o seu cachorro magro.
Debaixo do Minhocão, na altura do Largo do Arouche, centro de SP. Haja fala. Muita falação e, por alguns instantes, lágrimas.
Aqueles sufocantes soluços de homem quando chora. Lágrimas de represa. O coração de um homem, de tanto não desaguar por orgulho macho, é uma verdadeira Guarapiranga da existência.
Não havia mal-dizer algum sobre a situação de penúria. Isso não maltrata tanto quanto o que interessa: as dores amorosas. A mulher dele havia ido. Era tarde para o moço, ali por volta dos seus 30 e poucos anos, batucar um samba de regeneração na caixinha de fósforo, era tarde para mudar a conduta de vadiagem.
O seu vira-lata, só o couro e o osso, ouvia a sua narrativa com a solenidade de um Sigmund Freud. Uma sessão completa.
No que lembrei. Já havia falado sobre o tema em crônica antiga. Depois de uma  prosa molhada com a melhor bagaceira de Salinas, aquela que entorta as pernas e endireita a alma, com o compay e parceiro do cinema Cláudio Assis.
“Compadre, já falei muito pra cachorro!”, dizia o diretor de “Febre do Rato”. Compreendo.
Já reparou, meu caro, como tem sempre um miserável se queixando da vida para o seu cachorrinho magro debaixo do viaduto?
Sim, senhores, psicanálise de pobre é blasfemar para o cão amigo.
O danado não fala nada, mas nos ouve que é uma beleza, presta mais atenção do que uma sábia coruja.
Falamos por horas, infinitas sessões pelo custo de um osso, o mesmo da sopa, aquele clássico osso que desce e sobe na cordinha gasta da rotina em molambos.
O vira-lata é o analista dos feios, sujos e malvados.
A mulherzinha, também só o fiapo de gente, foi embora com outro vagabundo mais miserável ainda? É com o cachorro que desabafamos, não com um semelhante, que ainda é capaz de espalhar e fazer chacota do nosso humaníssimo chifre.
Claro que o cachorro um dia nos dá alta, enche o saco, finge que estamos curadíssimos, saudáveis até os miolos, não suporta mais as repetidas malices.
O cão, assim como Diógenes, o filósofo grego envelhecido no mais cínico dos barris de carvalho, como me contou o amigo Duda Fonseca, não suporta algumas frescuras humanas, como a ressaca moral, por exemplo.
O bicho não trabalha com tais imbecilidades.
Ora, ressaca somente a física, aquela capaz de aniquilar um homem depois dos seus 40 janeiros.
Aquele estadão das coisas que mais parece uma dengue existencialista. A ressaca, colega, depois dos 40, é de uma tristeza sartreana.
No mais, o cachorro é tão paciente quanto qualquer figurão da nossa sociedade psicanalítica. Melhor até do que os grandes garçons, também exímios na arte de ouvir os corações aflitos.
No tempo em que só pagando nos escutam, viva e viva o vira-lata.
Não, amiga, os poodles não servem, tampouco os cães treinados para a segurança patrimonial da empresa ou da família. Para efeitos terapêuticos, quanto mais vagabundo mais eficiente no divã canino.
Pedigree só atrapalha.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Corpus Christi



A festa católica do Corpus Christi, celebrada numa quinta-feira após o domingo da Trindade, tem sua origem no século XIII, quando uma freira belga teve um sonho revelador.



A festa de Corpus Christi (Corpo de Cristo, em latim) deve sua origem a uma freira agostiniana belga, Juliana de Mont Cornillon ou Juliana de Liège (1193-1258). No começo do século XIII, a religiosa teve algumas visões: em uma delas, a Igreja teria aparecido no semblante de uma lua cheia, mas atravessada no meio por uma faixa escura, como se faltasse uma festividade. Numa outra visão, o próprio Cristo teria pedido que ela se empenhasse para a criação de uma solenidade em homenagem à Eucaristia.

Foi o que Juliana fez: escreveu a várias autoridades religiosas na Europa do tempo. Até que, em 1246, um sínodo da diocese de Liège instituiu a festividade, limitando-a ao seu território. A história da festa, todavia, estava destinada a ter uma continuação surpreendente.

Entre as pessoas consultadas por Juliana estava o eclesiástico Jacques Pantaléon, também da província de Liège, que aprovou o pedido da freira e trabalhou para a instituição da celebração. Anos depois ele foi nomeado bispo e, mais tarde, Patriarca Latino de Jerusalém e em 1261 foi eleito papa, com o nome de Urbano IV.  

Milagre motivou expansão da festa

Sem dúvida, o novo pontífice conservava dentro de si a recordação da festa instituída em sua terra natal e talvez já pensasse em estender sua celebração à toda a Igreja, mas um evento surpreendente veio acelerar as decisões. Em 1263 ou 1264, um sacerdote da Boemia, durante uma peregrinação na Itália em direção à Roma, tomado de dúvidas a respeito da presença real do corpo de Cristo na Eucaristia, celebra uma missa numa igreja da cidade de Bolsena. Durante a celebração, a hóstia se transforma em carne e algumas gotas de sangue caem no corporal - o pano de linho que se estende sobre o altar. Impressionado, esconde carne e sangue no tecido, deixando-o na sacristia. Depois, sabendo que o papa se encontra a poucos quilômetros, na cidade de Orvieto, o procura e lhe narra o acontecido. Recuperadas as relíquias do milagre, elas são mostradas ao povo: a grande comoção que tomou conta da cidade levou à construção nas décadas seguintes da grande catedral de Orvieto, onde desde então as relíquias são conservadas.

O evento foi um motivo a mais para Urbano IV se decidir a instituir em 1264 a festa do Corpus Christi como solenidade a ser celebrada por toda a Igreja. O encarregado pela composição dos textos litúrgicos para a nova festividade foi um dominicano que também se encontrava em Orvieto naquele momento: Tomás de Aquino. Ainda hoje, ressoam, em ocasião da benção com o Santíssimo Sacramento nas igrejas católicas, as estofes do Tantum Ergo Sacramentum, por ele compostas. 


Por quê quinta-feira?

Claramente, a presença real do corpo de Jesus no pão eucarístico e de seu sangue no vinho, após a consagração da missa, vinha sendo proclamada pela fé da igreja desde os primeiros séculos e os primeiros concílios, mas a nova festividade foi reforçando esta convicção. Ainda mais quando, no começo da Idade Moderna, a Reforma protestante discutirá essa presença, interpretando a missa como uma simples ceia comemorativa, e não como a reapresentação sobre o altar do sacrifício extremo de Jesus. Então, ostensões públicas da hóstia consagrada e procissões eucarísticas foram se multiplicando.

Ainda hoje os católicos celebram esta festividade na quinta-feira que segue ao domingo da Trindade, primeiro domingo após o dia de Pentecostes. Uma quinta-feira: afinal, esse tinha sido o dia da semana em que fora instituída a Eucaristia, na ultima ceia que Jesus consumiu com seus apóstolos em Jerusalém, na véspera de sua morte.