sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

“Viagens de Gulliver”



Mesmo sem termina o livro da Peguim da Companhia das Letras "Viagens de Gullivan" fui assistir ao Filme , mas terminei de ler  depois de dois dias que assistir ao filme, o livro chegou  às livrarias por ocasião do lançamento do filme que teve Jack Black no papel do protagonista, entendo que a obra é como um daqueles quadros de três dimensões nos quais novas imagens brotam na tela dependendo da forma como você fixa seus olhos nela – manifestação que caracteriza um clássico.
Viagens de Gulliver foi escrito por Jonathan Swift e publicado em 1726. A edição  da Peguin, explica no prefácio todos os sufocos  encontrados para imprimir os primeiros livros. Curiosidade deliciosa, que fica como “a história da história”, bastidor sempre bacana quando se trata de obra tão antiga.
De quebra, tem também prefácio muito bom de George Orwell, altamente crítico, até porque Orwell não seria capaz de fazer nada diferente, e uma explicação sobre a tradução desta específica edição, que utilizou como texto-fonte a primeira versão da obra, sendo, portanto, bastante fiel às palavras de Swift.
E só então começa a história de Lemuel Gulliver, homem de 40 anos (idade em que somos a ele apresentados), casado, pai e aventureiro que não consegue se afastar do mar e das explorações oceânicas.
Em seu relato, escrito ao longo de 16 anos de viagens pelo mundo, Gulliver faz saber a respeito da terra de nanicos onde acabou náufrago, da terra de gigantes, localizada em pólo oposto, onde acabou quase um escravo, da terra dos imortais, da ilha flutuante, da terra dos sábios, da nação dominada por cavalos inteligentes e por seres peçonhentos, muito parecidos com humanos.
É comum associar Gulliver ás duas primeiras aventuras (nas quais se depara com uma nação de homens e mulheres que medem alguns centímetros e com uma nação de pessoas de tamanho colossal, quando ele, então, passa a ser o nanico). Mas a segunda e a terceira são minhas favoritas.
É em “A Viagem a Laputa, Balnibarbi, Luggnagg, Glubbdubdrib e Japão” (a terceira) e em “Viagem ao País dos Houyhnhnms” (a quarta) que Swift mais encanta.
A terceira fica com o mérito por ser, de todas, a mais escapista e surreal. E a quarta, a mais crítica à condição humana.
Gulliver, nessa minha segunda exploração, se transformou em uma obra de reflexão e exame a respeito de temas tão atuais quanto política, religião, relações humanas e sociedade. Mais ou menos o que senti quando, já adulto, reli Alice no País das Maravilhas e mergulhei em todos (ou em quase todos) os níveis de leitura da obra.
Uma experiência divertida e um livro que não pode deixar de ser lido por qualquer um que, como eu, ame a sensação de se deixar escapar pela letra – ou até a de se reencontrar com um amigo de infância que agora cresceu e se transformou em um homem altamente sarcástico e crítico.
Muito bom o Livro eu recomendo leiam!!!

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