domingo, 6 de março de 2011

Perfeito Não...


Não sou perfeito como este belo Por-do-Sol. Ontem no fim da tarde pensei...quanto mais se chega perto de algo que podemos chamar de perfeito, mais cobrança faremos a nós mesmos.  Não que eu seja perfeito, longe disso, mas é que se eu fosse diferente, se eu não tivesse ou soubesse de tudo o que sei, de tudo o que tenho, do conhecimento em si, talvez eu seria mais feliz.

Qual o que? A verdade é que quanto mais você sabe, maior o sofrimento, maior a sensibilização. Mais e mais, pois se sente que suas mãos não chegam naquilo que se almeja. Seu sonho está a menos de um palmo do seu rosto, na sua frente, pronto para você. E nada.
Impotente. Incapaz. E tudo o que você pode fazer, é chorar. Já dizia Etta James. O fácil é ser desnutrido das verdades do mundo.  Ser indiferente aos anseios e desejos dos outros, é ser ignorante, mesmo.  Talvez eu sinta toda essa dor porque sou perfeito. Fisicamente. Isto é, nasci sem deficiencias, funciono como se deve.

 Mas acho, e que a vida não me castigue por pensar isso, mas acho que se eu tivesse alguma deficiencia, meus valores seriam outros, mais fortes e menos superfluos. A vida seria feliz pelos acontecimentos do dia após dia e não por motivos que passariam logo ali, quando eu virasse a esquina.

Fato: A felicidade depende de quem a procura, não é culpa dos correios se a sua ainda não chegou. E eu procuro encontrar a mais sincera possivel, só quero a plenitude, nada mais do que eu mereça. Esse é o ponto que dói, doutor. Eu mereço ser feliz? Se não, por quê? 
Será que se eu esconder o que sei embaixo do tapete, conseguirei ser mais feliz e me importar menos? E ainda, para quê da perfeição quando o que me realmente interessa é ser feliz? Ambas são peças opostas do quebra-cabeça da vida. Perfeição não combina com a felicidade. Perfeição não combina comigo.

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