sábado, 24 de setembro de 2011

Palavras...



Sempre amei por palavras
muito mais do que devia
são um perigo
as palavras

quando as soltamos já não há
regresso possível
ninguém pode não dizer o que já disse
apenas esquecer e o esquecimento acredita
é a mais lenta das feridas mortais
espalha-se insidiosamente pelo nosso corpo
e vai cortando a pele como se um barco
nos atravessasse de madrugada

e de repente acordamos um dia
desprevenidos e completamente
indefesos

um perigo
as palavras

mesmo agora
aparentemente tão tranquilas
neste claro momento em que as deixo em desalinho
sacudindo o pó dos velhos dias
sobre a cama em que te espero.

Vida :)



Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,

mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

(Fernando Pessoa)

Não te acomodes...

Não te acomodes no vazio.
O dia de hoje ainda te parece com o mesmo de ontem e as tuas lágrimas talvez nem tenham tido tempo de secarem sob a luz desta nova manhã...
Teu ser ainda se encolhe, distante das promessas do Criador, e sozinho ainda te sentes, sem perceber o caminho, a direção para teus longos dias...
Mas, se procurares com teu coração uma nova visão, por um só segundo que seja, esta te será dada.
E, se com esta nova visão chegares a vislumbrar uma ínfima luz, será suficiente para que despertes do teu sono profundo para dar início a um novo caminho.
A necessidade vital para que teu ser conheça sua realidade é estar desperto, atento para cresceres é necessário que vivas no agora, no teu presente, com a tua realidade divina.
Tens que aprender sobre ti para conhecer o alcance do teu potencial.
Assim, realiza teu aprendizado, teu encontro com o Sagrado.
Não te acomodes em coisas que te esvaziam.
Busca sempre meios de alcançar uma consciência cada vez maior sobre ti, acreditando somente em coisas que possam restaurar teu prazer de viver, sorrir e aprender;
ficando mais puro, isento das confusões que danificam o teu ritmo, os teus passos, que foram feitos para percorrerem suavemente sobre o caminho que o teu coração reconhece como o seu verdadeiro Lar.

Serei...


Serei sol em teus lugares
ave cantante nas tuas órbitas
serei pulso a puxar as manhãs
às tuas manhãs
silêncio estonteante a comover os frutos

Vem ter comigo, antes que respire o próximo pensamento!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Príncipe




Depois de um ano de Leitura com dicionário do lado, um livro pequeno mais de palavras bem rebuscadas, finalmente termino " O Príncipe " na faculdade conheci mais depois com maturidade que realmente resolvi ler a Obra completa e valeu apena leiam. Vamos lá:
Maquiavel inicia com uma breve dedicatória do livro ao "Magnífico Lourenço de Médici". Em seguida, começa a tratar de um assunto se estende por grande parte da obra: os principados. Vale ressaltar a definição de Estado segundo Maquiavel:"...todos os governos que tiveram e têm autoridade sobre os homens...e são ou repúblicas ou principados..."(cap. I).Em seguida, o autor propõe-se a examiná-los com profundidade, de acordo com suas características, inicialmente os hereditários e os mistos. Sobre estes, é interessante ressaltar de sua análise que estes são os menos tangíveis de dominação por parte de um usurpador qualquer e também os de maior capacidade de conservação de poder, devido a força existente no comando de um príncipe de uma linhagem de comando já tradicional. A respeito dos principados mistos, pode-se dizer que sejam um desdobramento, uma continuação, de um Estado já existente, "...Estados, que conquistados, são anexados a um Estado antigo..."(cap. III, número 3).Sobre estes, Maquiavel tem por ponto central a forma de controle, que pode ser fácil ou problemática. Nesse caso, aponta algumas soluções, tais como: eliminação da linhagem de nobres que os dominava e não alteração da organização de leis e impostos preexistente, instalação de colônias ou a mudança do novo dominador para o local conquistado. Mas deve ficar bem claro que o ponto central de apoio a um novo Estado dominante é que os povos dominados (e também seus vizinhos) o apoiem. Aliás, na questão das leis, o autor dedica um capítulo da obra para tratar apenas desse assunto, apontando a maneira com que se deve governar as cidades ou principados que, antes da conquista, tinham leis próprias. A partir daqui, o autor inicia a utilização de diversos exemplos para ilustrar as características que propõe a descrever a partir daqui. Neste caso dos principados mistos, um nome bastante comentado é o de Luís XII.

Maquiavel, a seguir, ilustra o porquê do reino de Dario, ocupado por Alexandre o Grande, não se revoltou contra seus sucessores após sua morte, contrastando este caso com territórios ocupados pela França. A grande explicação reside na forma de organização da monarquia: no reino de Dario, existe apenas uma figura central e de maior importância no poder, o príncipe, e todos os outros são servos; já nos reinos governados pela França, "...O rei...é posto em meio a uma multidão de senhores de linhagem antiga, reconhecidos e amados pelos súditos..."(cap. IV, no. 3), o que não cria uma figura central forte e, cujo poder, não possa ser contestado.

Retomando o assunto dos principados, este agora são diferenciados pela forma com que foram conquistados, contrastando "Os principados conquistados com as próprias armas e qualidades pessoais"(cap. VI) e "Os principados conquistados com as armas e virtudes de outrem"(cap. VII).No primeiro, cita os exemplos de Moisés, Teseu, entre outros, que por virtude própria tornaram-se príncipes. Já no segundo, o autor transcorre a respeito de César Borgia, filho do papa Alexandre VI, cujas conquistas foram impulsionadas pelo poder da posição de seu pai e, depois, por alianças com pessoas de punho mais firme que ele, como Remirro de Orco. Já em "Dos que conquistaram o principado com malvadez"(cap. VIII), é tratado o fato de se atingir o principado através de "...atos maus ou nefandos..."(no. 1).Vale destacar a forma que Maquiavel propõe da maneira como devem discorrer as injúrias ao povo, segundo ele "...todas de uma só vez, para que, durando pouco tempo, marquem menos..."(no. 8).Também é interessante a maneira com que os benefícios ao povo devem ser proporcionados:"...pouco a pouco, para serem melhor saboreados..."(no. 8).

Por fim, tem-se os principados civil e eclesiástico. O principado civil é aquele em que um cidadão comum torna-se príncipe de sua pátria pelo favor de compatrícios. Segundo Maquiavel, "...se chega a este principado graças ao favor do povo ou dos nobres"(cap. IX, no. 1).Partindo desse princípio, denota-se que, para a chegada do cidadão comum ao principado é necessário conquistar a simpatia de uma destas facções, que o levará a atingir seus objetivos. Já os principados eclesiásticos são mantidos pelas tradições da religião e tem uma força tão grande que mantém seu próprio príncipe no governo, independente da sua maneira de viver ou comportamento. O autor afirma que "...somente estes principados são seguros e felizes..."(cap. XI, no. 1) devido às condições que o domínio religioso oferece a estes príncipes, Estados e súditos: os príncipes detém o Estado, mas não o defendem, pois não há risco deste lhe ser tirado; e os súditos, mesmo não sendo governados, não se importam e nem pensam numa separação de seu príncipe. Entre as explicações destes principados, o autor discorre a respeito da forma "Como medir as forças de todos os principados", que trata basicamente de um assunto: a partir de que momento a força de um príncipe é tão grande a ponto de não precisar da ajuda de outros para se defender.

Depois da discussão a respeito dos principados, o autor entra em uma parte que pode ser considerada intermediária na obra. Discorre sobre as milícias e exércitos, os quais afirma serem as bases principais de sustentação do poder, ao lado de boas leis, e ambos têm uma forte ligação entre si. A respeito dos tipos de milícias, podem ser de quatro tipos: próprias, mercenárias, auxiliares ou mistas. As mercenárias e auxiliares são de nenhuma utilidade e transmitem grande perigo, devido ao vínculo praticamente ausente com os que defendem. Deve-se sempre fugir destas milícias pois a verdadeira vitória só é saboreada se conquistada com as próprias armas, sem levar em conta o prestígio alcançado entre os soldados e súditos desta maneira. Sobre os deveres do príncipe para com seus exércitos, Maquiavel afirma que a arte da guerra deve ser sempre exercitada, tanto com ações como mentalmente, para que o Estado esteja sempre preparado para uma emergência inesperada e, também, para que seus soldados o estimem e possam ser de confiança.

Depois da discussão das milícias, Maquiavel inicia a terceira e última parte de sua obra: a discussão sobre como devem ser as características da personalidade dos príncipes, inicialmente pelas quais são louvados ou vituperados. Da leitura do texto, se conclui que os príncipes não devem tentar reunir todas as qualidades consideradas boas, pois a sensibilidade humana não permite que sejam todas distintas e acrescentem muito a opinião dos súditos a seu respeito, mas se concentrar em absorver aquelas que lhe garantam a manutenção do Estado. Mas a questão a qual o autor mais se atém é que o príncipe deve evitar de todas as maneiras adquirir duas delas: o ódio e o desprezo de seus súditos.

Dentre as qualidades apontadas estão a generosidade, que deve se balanceada pela parcimônia, a economia. O príncipe deve ser generoso, mas não muito, pois pode-se adquirir má fama entre aqueles que não forem beneficiados por esta generosidade, além de atentar para o detalhe de que geralmente, quando alguém ganha, outros perdem, e isso pode gerar o ódio ao príncipe, o que deve ser evitado a qualquer custo. Tão antagônicas quanto as características apontadas acima estão a crueldade e a piedade. Aliás, as considerações a este respeito tornaram fizeram boa parte da fama de Maquiavel, com suas afirmações em relação a ser temido ou amado. Ele afirma que, na impossibilidade de reunir ambas características, ou de ter que renunciar a um deles, é melhor ser temido, pois trair a alguém a quem se teme é bem mais difícil do que a quem se ama. No entanto, ao passo que não se conquista o amor, deve-se evitar o ódio, respeitando os bens e as mulheres dos súditos. Um ponto de destaque é no que diz respeito a postura do príncipe para com seus exércitos: não deve se importar com a fama de cruel para com eles pois "...Sem esta fama, nunca se mantém um exército unido nem disposto a qualquer combate..."(cap. XVII, no. 4).Quanto a palavra do príncipe, afirma que este deve procurar mantê-la mas, quanto isto não for possível, deve-se usar artifícios para "...confundir a mente dos homens..."(cap. XVIII, no. 1) pois estes, "...No final, superaram os que sempre agiram com lealdade". Segundo Maquiavel, o "...príncipe prudente não pode, nem deve, manter a palavra dada, quando lhe for prejudicial"(cap. XVIII, no. 3).

O capítulo mais extenso da obra discute "Como evitar o desprezo e o ódio". O ódio surge quando se perdem bens e honra, pois assim os súditos passam a viver insatisfeitos. Já o desprezo surge quando o príncipe é considerado volúvel, superficial, efeminado, pusilânime, indeciso, características que ele deve evitar a qualquer custo. Em suas atitudes devem ser vistas boas qualidades como coragem, força e certeza, para que nunca tenha que voltar atrás em uma decisão.Com isso, o príncipe adquire boa reputação, e o surgimento de uma conspiração contra sua pessoa torna-se difícil pela admiração de seus súditos por ele. Refletindo sobre isso, também se faz necessário destacar a necessidade de se agradar tanto ao povo como aos nobres, como já foi dito anteriormente no assunto dos principados, porque conspirações podem surgir de qualquer um dos lados. E para isso, não são necessárias apenas boas ações, mas também as más, pois para agradar um grupo podem ser necessárias ações corruptas, negativas, benéficas partindo-se do princípio de agradar os súditos. E, para finalizar a discussão à respeito das características do príncipe, Maquiavel trata das atitudes que este deve proceder para ser admirado, entre eles grandes realizações e exemplos raros, além de grandes demonstrações de política interna e externa e de amizade ou inimizade verdadeiras.

Encerrada esta discussão, Maquiavel escreve mais diversas considerações, que poderiam ser considerados apêndices, a respeito de diversos assuntos que cercam o príncipe. Entre eles, estão considerações sobre a utilidade de fortalezas e outras coisas cotidianas, secretários, aduladores, influências da fortuna sobre os homens e à respeito da Itália. No que diz respeito às fortificações, deve construí-las e armar parte de seus súditos para sua própria segurança, caso tenha medo de seu povo, mas em caso contrário, deve abandoná-las. Sobre os secretários, são de difícil escolha. Os de melhor caráter são os que pensam sobretudo no príncipe, sem procurar útil para si próprio em todas as ações que comete. Aduladores:"...Os homens...com dificuldade, defendem-se desta peste..."(cap. XXIII, no. 1).Evita-se as adulações fazendo com que os homens compreendam que não se ofende ao príncipe se dizerem a verdade à respeito do que lhes for perguntado. No tocante da fortuna, se ela "...muda e os homens obstinam-se em suas atitudes, estes terão sucesso enquanto os dois elementos estiverem de acordo e, quando discordarem, eles fracassarão..." (cap. XXV, no. 9).Maquiavel, sobre a Itália, escreve dois capítulos de sua obra: "Porque os príncipes da Itália perderam seus Estados" e "Exortação para retomar a Itália e libertá-la dos bárbaros", que expõem motivos e soluções para questões de sua pátria, a partir de tudo que discutiu-se no livro.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Cavalcanti

Um dos Pintores que mais eu gosto sua arte encanta.

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo nasceu no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1897.
 Desde jovem demonstrou grande interesse pela pintura. Com onze anos de idade teve aulas de pintura com o artista Gaspar Puga Garcia.
 Seu primeiro trabalho como caricaturista foi para a revista Fon-Fon, no ano de 1914.
 Participou do Primeiro Salão de Humoristas em 1916.
 Mudou para a cidade de São Paulo em 1917.
 Em 1917, fez a primeira exposição individual para a revista "A Cigarra"
 No ano de 1919, fez a ilustração do livro Carnaval de Manuel Bandeira.
 Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo 11 obras de arte e elaborando a capa do catálogo.

Algumas frases de Di Cavalcanti:

“...Paris pôs uma marca na minha inteligência. Foi como criar em mim uma nova natureza e o meu amor à Europa transformou meu amor à vida em amor a tudo que é civilizado. E como civilizado comecei a conhecer a minha terra.”
“Moço continuarei até a morte porque, além dos bens que obtenho com minha imaginação, nada mais ambiciono.”
“Dizem que me tornei mais comerciante que artista. Bobagens. Sou um artista... mas um homem também. Preciso de dinheiro para o homem e tempo livre para o artista. Preciso de dinheiro para minha alegria e minha tristeza.”
Faleceu no Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1976.































Talvez...


"Talvez eu seja um pouco de tudo que já li
Um pouco de tudo que meu olhar já apreendeu do mundo
Um pouco das belas músicas
Um pouco daqueles que me são queridos
Um pouco de múltiplos sentimentos e algumas fraquezas.
Talvez eu seja um pouco do que você deixou em mim,
Mas em essência, o muito da minha essência
É  algo delicado e misterioso…"

Rubem Alves

"torna-te quem tu és."


A palavra personalidade vem do grego persona, que significa máscara. Muitos podem pensar, "não há máscaras para pôr e nem máscaras para tirar'', porém enganam-se. Na vida real, fora do universo dos rituais, bem longe dos bailes de carnaval, dos palcos do teatro, também nos mascaramos.

Carl Gustav Jung (psicólogo), costumava classificar o progresso individual em quatro etapas: a primeira era a Persona - máscara que usamos todos os dias, fingindo quem somos. Acreditamos que o mundo depende de nós, que somos ótimos pais e nossos filhos não nos compreendem, que os patrões são injustos, que o sonho do ser humano é não trabalhar nunca e passar a vida inteira viajando. Algumas pessoas procuram entender o que está errado, e terminam encontrando a Sombra”.

A Sombra é o nosso lado negro, que dita como devemos agir e nos comportar. Quando tentamos nos livrar da Persona, acendemos uma luz dentro de nós, e vemos as teias de aranha, a covardia, a mesquinhez. A Sombra está ali para impedir nosso progresso - e geralmente consegue, voltamos correndo para ser quem éramos antes de duvidar. Entretanto, alguns sobrevivem a este embate com suas teias de aranha, dizendo: “sim, tenho uma série de defeitos, mas sou digno, e quero ir adiante”.

Neste momento, a Sombra desaparece, e entramos em contato com a Alma.
Por Alma, Jung não está definindo nada religioso; fala de uma volta à Alma do Mundo, fonte do conhecimento. Os instintos começam a se tornar mais aguçados, as emoções são radicais, os sinais da vida são mais importantes que a lógica, a percepção da realidade já não é tão rígida. Começamos a lidar com coisas com as quais não estamos acostumados, passamos a reagir de maneira inesperada para nós mesmos.

E descobrimos que, se conseguimos canalizar todo este jorro de energia contínua, vamos organizá-lo em um centro muito sólido, que Jung chama de o Velho Sábio para os homens, ou a Grande Mãe para as mulheres.
Permitir esta manifestação é algo perigoso. Geralmente, quem chega ali tem a tendência a considerar-se santo, domador de espíritos, profeta.
Não apenas as pessoas, mas as sociedades também usam estas quatro máscaras. A civilização ocidental tem uma Persona, ideias que nos guiam e que parecem verdades absolutas.

Mas as coisas mudam. Em sua tentativa de adaptar-se às mudanças, vemos as grandes manifestações de massa, onde a energia coletiva pode ser manipulada tanto para o bem como para o mal (Sombra). De repente, por alguma razão, a Persona ou a Sombra já não satisfazem - é chegado o momento de um salto, novos valores começam a surgir (mergulho na Alma).
Vou usar a palavra máscara, não no sentido pejorativo e sim no sentido habitual de todos nós....fora de mim aquelas frases populares "as máscaras sempre caem'', "lobo em pele de cordeiro'', refiro-me as máscaras que apenas encobre a verdade, como uma forma de privacidade, não me refiro à mentira, falsidade, refiro-me aquelas máscaras que todos nós temos, e isso é inegável, uns mais...outros menos, que são as máscaras que disfarçam nossas dores, medos, angústias, algum sentimento de inadequação perante o grupo, e que vão sendo descobertas à medida que a confiança no outro vai se fortalecendo.


Cada papel diz respeito a uma máscara usada para encenar o teatro da vida. Temos que ser de um jeito para com nosso chefe, colegas de trabalho, filhos, marido, esposa, vizinhos, padeiro, amigos etc. É claro que temos personalidade. Não obstante, cada máscara possui uma limitação de se agir, moldando-nos a uma forma de ser. Ocorrem conflitos por causa do desacordo entre tipo de temperamento introvertido ou extrovertido, experiências acumuladas, conceitos formados e padrões de comportamento sugeridos pela sociedade. Nas relações conjugais, por exemplo, o psicólogo Carl Rogers (1902-1987) concluiu que numerosos problemas desenvolvem-se na medida em que tentamos satisfazer as expectativas do outro...nos anulando, e que não devemos nos afeiçoar pelos desejos, regras e papéis que os outros insistem em impor-nos.

Muita gente usa, simbolicamente, máscaras. Seja para enfrentar os problemas diários, para disfarçar uma íntima dor ou para poder expor tudo o que deseja sem que saibam quem realmente é. Cada um sabe quando e como usar a sua máscara. É válido desde que não seja usada para o mal, para denegrir ou magoar o outro.

A nossa máscara trata-se de uma necessidade de proteção, privacidade ou talvez da tentativa de ver, reconhecer, ouvir sem ser reconhecido. O mundo é capitalista, competitivo. Devemos nos mostrar fortes, inteligentes, bonitos e bem sucedidos. Se expressarmos nossos sentimentos abertamente nos fragilizamos.
Assim como nos bailes de carnaval, cedo ou tarde, nossas verdades serão reveladas.
Como já dizia Nietzsche "torna-te quem tu és."
É normal querer agradar aos outros. O problema só acontece quando agradar aos outros implica sacrificar os nossos sentimentos mais profundos. Pense nisso...Olhar para si é um desafio.

Deficiências


DEFICIÊNCIAS 

( Mario Quintana )

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.

"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

"Diabético" é quem não consegue ser doce.

"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.

"A amizade é um amor que nunca morre."

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Amor é fogo que...

Voltei a ler  " O Rio de Janeiro Setecentista " de  Nireu Cavalcanti dessa vez eu termino, quando folhava as páginas logo me defrontei com Camões que eu tanto gosto.

A Luís de Camões ( 1524 - 1580 )
Autor do belo soneto.

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

1822

Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram  D. Pedro a criar o Brasil - um país que tinha tudo para dar errado", do jornalista Laurentino Gomes.


Nada mais apropriado como dia de hoje para falar sobre Independência. Demorei pra ler mas foi uma leitura fantástica. 

Assim como o ano de 1822 representou, para alguns, um divisor de águas para os destinos do Brasil, para outros, até hoje, é sinal de desimportância  - já que mesmo "independente" de Portugal, o Brasil continuava governado por um soberano português e, mais do que isso, atrelava-se, com volúpia ainda maior, à dependência econômica da Inglaterra. É portanto, tema capaz de despertar polêmica não somente entre pesquisadores que, dependendo da linha política, ganha tons nebulosos.

O autor é o mesmo de outra publicação voltada para a História do Brasil. "1808" já tinha sido estrondoso sucesso e agora, ao repetir a dose acerca de uma data tão significativa para nossa história, Laurentino Gomes reforça sua intenção de contar a história de forma sutil, fácil e dinâmica aos olhos do leitor. O mais interessante é que no meio historiografico, a discussão gira mais em torno da publicação da obra, em si, do que propriamente no conteúdo explorado pelo autor. Se "1808" já havia despertado reações de rejeição pelo fato da obra trazer a história contada de forma não usual àquela que é contada na Academia. Gomes vem sendo fortemente criticado por historiadores, que vêem seus livros como uma mera reportagem jornalística, e não uma pesquisa histórica de fato. Não é justo, já que ele se baseia em uma farta biografia (citada do livro), além de viajar aos lugares onde se passaram os grandes acontecimentos.  "1822"  reforça a tese de que, para grande parte dos historiadores, resume-se a uma literatura factual, rasa e superficial à história clássica, que se aprofunda e desperta questionamentos e novas pesquisas na sociedade.

O livro, 1822, nos conta os fatos ocorridos na época da Independência do Brasil, onde e apresentado os personagens chave, as maquinações por trás da Independência, os reais motivos do Brasil se tornar independente, como isso afetou tanto o Brasil quanto Portugal, quais eram as maiores influências na época. a Independência do Brasil se deu, principalmente, devido à revolta de D. Pedro I com Portugal,  que insistia que mandava aqui mais do que D. Pedro  o então príncipe regente decide, baseado em conselhos de sua esposa, a princesa Leopoldina e de José Bonifácio, que está na hora de  tomar serias decisões. Mandar portugueses de volta pra terrinha e começar algo novo aqui no Brasil. Só que pra D. Pedro, tem uma imagem de Independência meio confusa. Logo após a proclamação começam as guerras, tanto físicas (Batalha do Jenipapo, Confederação do Equador, entre outras, quanto ideológicas (república ou monarquia? abolimos ou mantemos a escravidão?) e, é nesse cenário cheio de dúvidas que o gigante Brasil começa a ser formado.

O subtítulo do livro nos cita também três personagens indispensáveis para quem quer entender o Brasil independente: a princesa triste, Dona Leopoldina; o homem sábio: José Bonifácio; e o escocês louco por dinheiro, Lord Thomas Cochrane. Os três são extensivamente descritos, assim como suas ações e ideais. De todos o que mais gostei foi Bonifácio.  Mas tem umas histórias de família na questão então minha opinião é tendenciosa. De qualquer maneira, 1822 é um livro indispensável para quem quer entender a complexa identidade do povo brasileiro: desde as comemorações do povo baiano em  02 de julho até a revolta dos maranhenses com Cochrane.  Só o grito foi dado em São Paulo. Foi no nordeste a verdadeira guerra pela independência, foi lá que o Brasil conquistou de verdade seu direito de ser independente. Isso é algo a se pensar para nos Paulistanos. 

O mais interessante na obra de Laurentino Gomes é a capacidade do autor em levar o leitor de volta à época a qual ele retrata. Assim como alguns autores fazem em belos romances, Laurentino traz uma narrativa detalhada que torna o leitor capaz de se imaginar no período abordado, como se acompanhasse as cenas de perto. É como uma viagem no tempo. Uma Leitura mas que agradável eu recomendo. 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ajudando Deus Agir...



Muitas pessoas não acreditam ser capazes de alcançar o que mais desejam. É necessário ter uma perspectiva, confiar na validade das metas e na adequação delas aos objetivos maiores. Logo, encontrar a justa medida dos nossos desejos é a tarefa inicial. É mais confortável a pessoa se sentar e chorar, lastimar profundamente aquilo que ela não consegue ter, pensando que é o seu destino que a impede. É mais fácil que lutar para atingir metas verdadeiramente desafiadoras. Se manifestarmos a força de nossa energia positiva, canalizando-a prazerosamente para o trabalho, a família, a vida, fica mais fácil concretizar ideais elevados. Realizar exige caráter elevado, paciente e generoso. Agir com amor desinteressado é mais proveitoso. Críticas e reclamações, devem ser levadas em conta no seu aspecto positivo. Elas mostram defeitos que podem ser acertados e que certamente nos tornará melhores. O homem deve ajudar a Deus na construção de sua obra. Faça a sua parte e não deposite tudo na conta do destino!

Chamamos...


Chamamos de legais
Os corações que não têm cicatrizes para mostrar
Os que nunca se abalam
E que arriscam virar o jogo

Chamamos de bobos
Os que têm que dançar na fogueira
Que arriscam a dor e a vergonha
Que sempre vem e se ferem

Você tem que ser forte quando consumido pelo desejo
Porque não basta ficar fora do fogo

Chamamos de fortes
Aqueles que encaram o mundo sozinhos
Que parecem se dar bem sozinhos
Aqueles que nunca cairão

Chamamos de fracos
Os que não sabem resistir
A mínima chance de o amor existir
E por isso abandonam tudo



São tão determinados a correr o risco
Convencidos de que não é viver se você ficar fora do fogo

Ficar fora do fogo
Não se experimenta a vida, apenas sobrevive
Quando se fica fora do fogo

Tem um amor queimando
Na minha alma
Constantemente ansiando perder o controle
Querendo voar cada vez mais alto
Não posso tolerar
Ficar fora do fogo

Muitas vezes...



Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas.
Perdoe-as assim mesmo!
Se você é gentil, podem acusá-lo de egoísta, interesseiro.
Seja gentil assim mesmo!
Se você é um vencedor terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo!
Se você é bondoso e franco poderão enganá-lo.
Seja bondoso e franco assim mesmo!
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para a outra. Construa assim mesmo!
Se você tem paz e é feliz, poderão sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo!
O bem que você faz hoje, poderão esquecê-lo amanhã.
Faça o bem assim mesmo!
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo!
Veja você que, no final das contas é entre você e Deus.
Nunca foi entre você e os outros!

Madre Teresa de Calcutá

domingo, 4 de setembro de 2011

A Sabedoria




A sabedoria da alma nos move
A sabedoria do Espírito nos comove
A sabedoria da alma nos alimenta
A sabedoria do Espírito nos orienta...

A sabedoria da alma nos fortalece
A sabedoria do Espírito nos enaltece
A sabedoria da alma nos capacita
A sabedoria do Espírito nos edifica...

A sabedoria da alma nos exercita
A sabedoria do Espírito nos purifica
A sabedoria da alma nos ensina
A sabedoria do Espírito nos disciplina...

A Sabedoria é um dom divino
Dada por DEUS, por ela me refino
Em plenitude de Sua bondade
Me encontro seguro por Sua fidelidade...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

125º Aniversário de Tarsila do Amaral

Se estivesse Viva completaria 124º anos. Em Homenagem a Grande Artista vamos lá.


Tarsila do Amaral nasceu em 1 de setembro de 1886, no Município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, passou a infância nas fazendas de seu pai. Estudou em São Paulo, no Colégio Sion e depois em Barcelona, na Espanha, onde fez seu primeiro quadro, 'Sagrado Coração de Jesus', 1904. Quando voltou, casou-se com André Teixeira Pinto, com quem teve a única filha, Dulce.



Separaram-se alguns anos depois e então iniciou seus estudos em arte. Começou com escultura, com Zadig, passando a ter aulas de desenho e pintura no ateliê de Pedro Alexandrino em 1918, onde conheceu Anita Malfatti. Em 1920, foi estudar em Paris, na Académie Julien e com Émile Renard. Ficou lá até junho de 1922 e soube da Semana de Arte Moderna (que aconteceu em fevereiro) através das cartas da amiga Anita Malfatti. Quando voltou ao Brasil, Anita a introduziu no grupo modernista e Tarsila começou a namorar o escritor Oswald de Andrade. Formaram o grupo dos cinco: Tarsila, Anita, Oswald, o também escritor Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Agitaram culturalmente São Paulo com reuniões, festas, conferências. Tarsila disse que entrou em contato com a arte moderna em São Paulo, pois antes ela só havia feito estudos acadêmicos. Em dezembro de 22, ela voltou a Paris e Oswald foi encontrá-la.


1923


Neste ano, Tarsila encontrava-se em Paris acompanhada do seu namorado Oswald. Conheceram o poeta franco suíço Blaise Cendrars, que apresentou toda a intelectualidade parisiense para eles. Foi então que ela estudou com o mestre cubista Fernand Léger e pintou em seu ateliê, a tela 'A Negra'. Léger ficou entusiasmado e até chamou os outros alunos para ver o quadro. A figura da Negra tinha muita ligação com sua infância, pois essas negras eram filhas de escravos que tomavam conta das crianças e, algumas vezes, serviam até de amas de leite. Com esta tela, Tarsila entrou para a estória da arte moderna brasileira. A artista estudou também com Lhote e Gleizes, outros mestres cubistas. Cendrars também apresentou a Tarsila pintores como Picasso, escultores como Brancusi, músicos como Stravinsky e Eric Satie. E ficou amiga dos brasileiros que estavam lá, como o compositor Villa Lobos, o pintor Di Cavalcanti, e os mecenas Paulo Prado e Olívia Guedes Penteado.


Tarsila oferecia almoços bem brasileiros em seu ateliê, servindo feijoada e caipirinha. E era convidada para jantares na casa de personalidades da época, como o milionário Rolf de Maré. Além de linda, vestia-se com os melhores costureiros da época, como Poiret e Patou. Em uma homenagem a Santos Dumont, usou uma capa vermelha que foi eternizada por ela no auto-retrato 'Manteau Rouge', de 1923.


PAU BRASIL


Em 1924, Blaise Cendrars veio ao Brasil e um grupo de modernistas passou com ele o Carnaval no Rio de Janeiro e a Semana Santa nas cidades históricas de Minas Gerais. No grupo estavam além de Tarsila, Oswald, Dona Olívia Guedes Penteado, Mário de Andrade, dentre outros. Tarsila disse que foi em Minas que ela viu as cores que gostava desde sua infância, mas que seus mestres diziam que eram caipiras e ela não devia usar em seus quadros. 'Encontei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Mas depois vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas: o azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, ...' E essas cores tornaram-se a marca da sua obra, assim como a temática brasileira, com as paisagens rurais e urbanas do nosso país, além da nossa fauna, flora e folclore. Ela dizia que queria ser a pintora do Brasil. E esta fase da sua obra é chamada de Pau Brasil, e temos quadros maravilhosos como 'Carnaval em Madureira', 'Morro da Favela', 'EFCB', 'O Mamoeiro', 'São Paulo', 'O Pescador', dentre outros.


Em 1926, Tarsila fez sua primeira Exposição individual em Paris, com uma crítica bem favorável. Neste mesmo ano, ela casou-se com Oswald (o pai de Tarsila conseguiu anular em 1925 o primeiro casamento da filha para que ela pudesse se casar com Oswald). Washington Luís, o Presidente do Brasil na época e Júlio Prestes, o Governador de São Paulo na época, foram os padrinhos deles.


ANTROPOFAGIA


Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade. Pintou o 'Abaporu'. Quando Oswald viu, ficou impressionado e disse que era o melhor quadro que Tarsila já havia feito. Chamou o amigo e escritor Raul Bopp, que também achou o quadro maravilhoso. Eles acharam que parecia uma figura indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário Tupi Guarani de seu pai. Batizou-se o quadro de Abaporu, que significa homem que come carne humana, o antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e fundaram o Movimento Antropofágico. A figura do Abaporu simbolizou o Movimento que queria deglutir, engolir, a cultura européia, que era a cultura vigente na época, e transformá-la em algo bem brasileiro.


Outros quadros desta fase Antropofágica são: 'Sol Poente', 'A Lua', 'Cartão Postal', 'O Lago', 'Antropofagia', etc. Nesta fase ela usou bichos e paisagens imaginárias, além das cores fortes.


A artista contou que o Abaporu era uma imagem do seu inconsciente, e tinha a ver com as estórias de monstros que comiam gente que as negras contavam para ela em sua infância. Em 1929 Tarsila fez sua primeira Exposição Individual no Brasil, e a crítica dividiu-se, pois ainda muitas pessoas ainda não entendiam sua arte.


Ainda neste ano de 1929, teve a crise da bolsa de Nova Iorque e a crise do café no Brasil, e assim a realidade de Tarsila mudou. Seu pai perdeu muito dinheiro, teve as fazendas hipotecadas e ela teve que trabalhar. Separou-se de Oswald.


SOCIAL E NEO PAU BRASIL


Em 1931, já com um novo namorado, o médico comunista Osório Cesar, Tarsila expôs em Moscou. Ela sensibilizou-se com a causa operária e foi presa por participar de reuniões no Partido Comunista Brasileiro com o namorado. Depois deste episódio, nunca mais se envolveu com política. Em 1933 pintou a tela 'Operários'. Desta fase Social, temos também a tela 'Segunda Classe'. A temática triste da fase social não fazia parte de sua personalidade e durou pouco em sua obra. Ela acabou com o namoro com Osório, e em meados dos anos 30, Tarsila uniu-se com o escritor Luís Martins, mais de vinte anos mais novo que ela. Ela trabalhou como colunista nos Diários Associados por muitos anos, do seu amigo Assis Chateaubriand. Em 1950, ela voltou com a temática do Pau Brasil e pintou quadros como 'Fazenda', 'Paisagem ou Aldeia' e 'Batizado de Macunaíma'. Em 1949, sua única neta Beatriz morreu afogada, tentando salvar uma amiga em um lago em Petrópolis.


Tarsila participou da I Bienal de São Paulo em 1951, teve sala especial na VII Bienal de São Paulo, e participou da Bienal de Veneza em 1964. Em 1969, a mestra em história da arte e curadora Aracy Amaral realizou a Exposição, 'Tarsila 50 anos de pintura'. Sua filha faleceu antes dela, em 1966.


Em 1965, separada de Luís e vivendo sozinha, foi submetida a uma cirurgia de coluna, já que sentia muitas dores, e um erro médico a deixou paralítica, permanecendo em cadeira de rodas até seus últimos dias. Tarsila do Amaral, a artista-símbolo do modernismo brasileiro, faleceu no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, em 17 de Janeiro de 1973 devido a depressão. Foi enterrada no Cemitério da Consolação de vestido branco, conforme seu desejo.