sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Maomé



Messiânico profeta árabe nascido em Meca, na atual Arábia Saudita e na época, era um importante e próspero centro comercial e religioso, cujo nome próprio é derivado do verbo hâmada e que significa digno de louvor, fundador da religião muçulmana e do império árabe. Pertencia ao clã dos Hashim, de Banu Hashim, um dos ramos da tribo dos coraixitas (Qoreish, Quraish ou Qoraish), guardiã da Caaba, templo nacional do povo árabe que abrigava os ídolos de todas as tribos da península e os deuses da religião de todos os chefes de caravana que ali passavam, mais de 360 deuses.

Órfão muito cedo, foi criado primeiramente pelo avô paterno, Abd al-Mutalib, e mais tarde pelo tio, Abu Talib, coletor de impostos e mercador, que o iniciou nas artes do comércio. Preocupado com a idéia de restabelecer a religião monoteísta de Abraão, Ibrahim em árabe, teve na religião sua área de interesse privilegiado, tornando-se um político talentoso, chefe militar e legislador. Aos 25 anos, já com a reputação de comerciante honesto e bem-sucedido, casou-se com a rica viúva Cadidja, 15 anos mais velha do que ele. O matrimônio durou até a morte de Cadidja (617), num castelo pertencente a Abu Talib, que morreria dois anos após, onde o profeta estava refugiado.

Segundo a tradição, aos 40 anos recebeu a missão de pregar as revelações trazidas de Deus pelo arcanjo Gabriel. As revelações teriam se repetido durante toda a vida do profeta e logo começaram a ser registradas por escrito e com elas compôs o Alcorão ou Corão (Al no árabe equivale ao nosso artigo o). Seu monoteísmo chocava-se com as crenças tradicionais das tribos semitas e foi obrigado a fugir para Iatribe (622), atual Medina ou Madinat an Nabi, isto é, Cidade do Profeta, onde as tribos árabes viviam em permanente tensão entre si e com os judeus. Estabeleceu a paz entre as tribos árabes e com as comunidades judaicas e começou uma luta contra Meca pelo controle das rotas comerciais.

Conquistou Meca (630) e, de volta a Medina, morreu dois anos depois, sem haver nomeado um sucessor, porém deixando uma comunidade espiritualmente unida e politicamente organizada em torno aos preceitos do Corão, cuja edição definitiva seria publicada alguns anos após (650). A nova religião foi chamada islamismo ou Islã, que significa submissão à vontade divina, e seus adeptos, muçulmanos, os que se submeteram.


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