O nome é uma abreviação de Geheime Staatspolizei (Polícia
Secreta do Estado), organização que investi- gava, torturava e prendia
opositores ao regime nazista (Reich) da Alema- nha, entre 1933 e 1945. A
atuação da Gestapo era baseada no Decreto para a Proteção do Povo e do Estado,
assinadoem 1933 pelo presidente alemão, Paul von Hindenburg, após um atentado
incen- dário contra o Parlamento alemão. Sob pretexto de defender o país contra
atos violentos (supostamente causados por comunistas), o texto restringia
direitos civis, como a liberdade de expressão e a de imprensa. Assim, sob
proteçãolegal, agentes secretos podiam agir como bem entendessem. Eles não
precisavam de mandados judiciais para interrogar, aprisionar e até enviar
supostos opo- sitores políticos do Reich para campos de concentração, sob
controle de outra organização nazista, a SS (sigla alemã para Tropa de
Proteção).
CONTROLE TOTAL
Colaboração de civis e tortura eram usadas para intimidar
e punir a população alemã na 2a Guerra Mundial.
Fofoca Maldosa
“A principal fonte de informações para a Gestapo eram
denúncias de cidadãos sobre vizinhos e familiares”, explica o historiador
Robert Gellately, da Universidade do Estado da Flórida, EUA. A rede era tão
ampla que com apenas 32 mil oficiais, a Gestapo ficava de olho em cerca de 70
milhões de alemães.
Os Infiltrados
Além de montar escutas telefônicas e violar
correspondências de suspeitos, os agentes se infiltravam em organizações com
potencial para agregar inimigos do Reich. Vestidos a paisana, eles frequentavam
reuniões de igrejas, do Partido Comunista e até se disfarçavam de operários em
fábricas.
Acima da Lei
O regime nazista conseguiu instaurar uma paranoia
anticomunista que justificou a criação de leis e decretos que davam poder
ilimitado à polícia, além de restringir liberdades individuais. A Gestapo
podia, portanto, espionar comunicações privadas e manter suspeitos sob prisão
preventiva sem acusação formal.
Sentença de Morte
Quando os interrogatórios com suspeitos não revelavam
dados relevantes, os agentes apelavam para vários métodos de tortura, como
afogamento, choques, espancamento e queimaduras. A Gestapo também tinha carta
branca para enviar suspeitos de serem inimigos do nazismo para os campos de
concentração.
Além da Fronteira
A influência da polícia secreta crescia conforme a
Alemanha avançava sobre outros territórios. Prova disso é que Reinhard
Heydrich, um dos líderes pioneiros da Gestapo e arquiteto do Holocausto, foi
presidente da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) entre
1940 e 1942.
Os Perseguidos
A investigação era direcionada para grupos sociais
específicos. Em geral, a Gestapo perseguia pessoas que já eram malvistas,
temidas ou odiadas. Isso aumentou a popularidade da organização entre os
“cidadãos de bem”. Os principais alvos eram comunistas, judeus, alguns padres e
trabalhadores estrangeiros.