segunda-feira, 29 de julho de 2013

Mussolini


Mussolini, o César trapalhão
 
Incapaz de organizar um exército combativo, o ditador italiano Benito Mussolini promoveu intervenções militares desastradas e terminou sua aventura dependurado de ponta-cabeça em um posto de gasolina.

"A guerra é para o homem o que a maternidade é para a mulher. De um ponto de vista doutrinário e filosófico, eu não acredito em paz perpétua.” Foi com frases como essas que Benito Mussolini, Il Duce, ascendeu ao poder na Itália, em 1922. Fanfarrão, posudo, dramático, sempre trajando pomposos uniformes militares, o líder da nação italiana se imaginava um novo César. Mais que isso, imaginava para a Itália um renascimento, que levaria o país de volta aos gloriosos tempos do Império Romano. Para isso, o primeiro passo de Mussolini foi calar as vozes discordantes. Em sete anos, ele extinguiu os outros partidos políticos e tornou o a Itália um país de partido único: o fascista. 

Em 1935, Mussolini promoveu a primeira aventura militar do Exército italiano. O alvo? A paupérrima Etiópia, no nordeste da África. Para lá foram enviados 400 mil soldados italianos, apoiados por tanques e aviões. Contra eles, tribos com rifles obsoletos. A vitória parecia fácil. Mas após seis meses de resistência dos etíopes, o exército italiano, constrangido, recorreu a medidas desesperadas. Utilizou gás mostarda – arma química que provoca lesões nos olhos e na pele e é fatal se inalado. Só então, a capital, Adis Abeba, foi tomada. Mesmo diante do medíocre resultado obtido, Mussolini identificou outra vítima: a pequena Albânia. Em 1939, o país foi invadido. Logo em seguida, Il Duce assinou um tratado de defesa mútua com a Alemanha, chamado de “Pacto de Aço”.

Em 1940, Mussolini tomou para si o controle estratégico das forças armadas, mas não se deu sequer ao trabalho de comunicar previamente aos comandantes das tropas quando resolveu declarar guerra à Inglaterra e à França, em junho de 1940. Imediatamente, ordenou que seus soldados na Líbia – que ocupavam o país desde 1934 – atacassem o Egito, então uma possessão britânica. Em 13 de setembro de 1940, mais de 1 milhão de italianos invadiram o país, que contava com uma guarnição de apenas 36 mil soldados ingleses. Um mês depois, a Itália declarava guerra à Grécia.

Logo as invasões italianas se revelaram um estrepitoso fracasso. No norte da África, em três meses, as muito menores forças britânicas reagiram empurrando os invasores 800 quilômetros para a retaguarda e capturando o estratégico porto de Tobruk, no coração da Líbia italiana.
Na Grécia, as coisas iam de mal a pior. Em menos de dois meses, não só os gregos haviam repelido a invasão como agora ameaçavam a Albânia. Só restou a Mussolini pedir a ajuda de Hitler.

Em fevereiro de 1941, para estabilizar a situação no norte da África, Hitler cria o famoso Afrika Korps, sob o comando do general Erwin Rommel. Em abril, forças alemãs realizam uma operação-relâmpago nos Balcãs. Em menos de um mês, Iugoslávia e Grécia foram totalmente ocupadas. Daí para frente, o exército italiano tornou-se uma sombra, sempre dependente das forças do aliado alemão. Isso quando não lhe causava problemas, como em Stalingrado, onde três divisões italianas foram esmagadas por tanques russos no inverno em 1942. Em 13 de maio de 1943, os italianos se renderam no norte da África. Dois meses depois, as forças aliadas invadem a Sicília, ilha no sul da Itália.

Foi o golpe final para a combalida Itália. Em 25 de julho, o rei Vittorio Emanuelle III demite Benito Mussolini do cargo e aponta o marechal Badoglio como novo líder do governo. O Duce é preso. Em 23 de setembro de 1943, o mesmo Badoglio assinaria a rendição italiana e, um mês depois, surpreende o mundo: declara guerra à Alemanha.

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