Por que todo mundo usava peruca na Europa dos séculos
XVII e XVIII?
Não era todo mundo, apenas os aristocratas. A moda
começou com Luís XIV (1638-1715), rei da França. Durante seu governo, o monarca
adotou a peruca pelo mesmo motivo que muita gente usa o acessório ainda hoje:
esconder a calvície. O resto da nobreza gostou da idéia e o costume pegou. A
peruca passou a indicar, então, as diferenças sociais entre as classes,
tornando-se sinal de status e prestígio. Também era comum espalhar talco ou
farinha de trigo sobre as cabeleiras falsas para imitar o cabelo branco dos
idosos. Mas, por mais elegante que parecesse ao pessoal da época, a moda das
perucas também era nojenta. "Proliferava todo tipo de bicho, de baratas a
camundongos, nesses cabelos postiços", afirma o estilista João Braga,
professor de História da Moda das Faculdades Senac, em São Paulo.
Em 1789, com a Revolução Francesa, veio a guilhotina, que
extirpou a maioria das cabeças com perucas. Símbolo de uma nobreza que se
desejava exterminar, elas logo caíram em desuso. Sua origem, porém, era muito
mais velha do que a monarquia francesa. No Egito antigo, homens e mulheres de
todas as classes sociais já exibiam adornos de fibra de papiro - na verdade,
disfarce para as cabeças raspadas por causa de uma epidemia de piolhos. Hoje,
as perucas de cachos brancos, típicas da nobreza européia, sobrevivem apenas
nos tribunais ingleses, onde compõem a indumentária oficial dos juízes.
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