Mussolini, o César trapalhão
Incapaz de organizar um exército combativo, o ditador
italiano Benito Mussolini promoveu intervenções militares desastradas e
terminou sua aventura dependurado de ponta-cabeça em um posto de gasolina.
"A guerra é para o homem o que a maternidade é para
a mulher. De um ponto de vista doutrinário e filosófico, eu não acredito em paz
perpétua.” Foi com frases como essas que Benito Mussolini, Il Duce, ascendeu ao
poder na Itália, em 1922. Fanfarrão, posudo, dramático, sempre trajando
pomposos uniformes militares, o líder da nação italiana se imaginava um novo
César. Mais que isso, imaginava para a Itália um renascimento, que levaria o
país de volta aos gloriosos tempos do Império Romano. Para isso, o primeiro
passo de Mussolini foi calar as vozes discordantes. Em sete anos, ele extinguiu
os outros partidos políticos e tornou o a Itália um país de partido único: o
fascista.
Em 1935, Mussolini promoveu a primeira aventura militar
do Exército italiano. O alvo? A paupérrima Etiópia, no nordeste da África. Para
lá foram enviados 400 mil soldados italianos, apoiados por tanques e aviões.
Contra eles, tribos com rifles obsoletos. A vitória parecia fácil. Mas após
seis meses de resistência dos etíopes, o exército italiano, constrangido,
recorreu a medidas desesperadas. Utilizou gás mostarda – arma química que
provoca lesões nos olhos e na pele e é fatal se inalado. Só então, a capital,
Adis Abeba, foi tomada. Mesmo diante do medíocre resultado obtido, Mussolini identificou
outra vítima: a pequena Albânia. Em 1939, o país foi invadido. Logo em seguida,
Il Duce assinou um tratado de defesa mútua com a Alemanha, chamado de “Pacto de
Aço”.
Em 1940, Mussolini tomou para si o controle estratégico
das forças armadas, mas não se deu sequer ao trabalho de comunicar previamente
aos comandantes das tropas quando resolveu declarar guerra à Inglaterra e à
França, em junho de 1940. Imediatamente, ordenou que seus soldados na Líbia –
que ocupavam o país desde 1934 – atacassem o Egito, então uma possessão
britânica. Em 13 de setembro de 1940, mais de 1 milhão de italianos invadiram o
país, que contava com uma guarnição de apenas 36 mil soldados ingleses. Um mês
depois, a Itália declarava guerra à Grécia.
Logo as invasões italianas se revelaram um estrepitoso
fracasso. No norte da África, em três meses, as muito menores forças britânicas
reagiram empurrando os invasores 800 quilômetros para a retaguarda e capturando
o estratégico porto de Tobruk, no coração da Líbia italiana.
Na Grécia, as coisas iam de mal a pior. Em menos de dois
meses, não só os gregos haviam repelido a invasão como agora ameaçavam a
Albânia. Só restou a Mussolini pedir a ajuda de Hitler.
Em fevereiro de 1941, para estabilizar a situação no
norte da África, Hitler cria o famoso Afrika Korps, sob o comando do general
Erwin Rommel. Em abril, forças alemãs realizam uma operação-relâmpago nos
Balcãs. Em menos de um mês, Iugoslávia e Grécia foram totalmente ocupadas. Daí
para frente, o exército italiano tornou-se uma sombra, sempre dependente das
forças do aliado alemão. Isso quando não lhe causava problemas, como em
Stalingrado, onde três divisões italianas foram esmagadas por tanques russos no
inverno em 1942. Em 13 de maio de 1943, os italianos se renderam no norte da
África. Dois meses depois, as forças aliadas invadem a Sicília, ilha no sul da
Itália.
Foi o golpe final para a combalida Itália. Em 25 de
julho, o rei Vittorio Emanuelle III demite Benito Mussolini do cargo e aponta o
marechal Badoglio como novo líder do governo. O Duce é preso. Em 23 de setembro
de 1943, o mesmo Badoglio assinaria a rendição italiana e, um mês depois,
surpreende o mundo: declara guerra à Alemanha.
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