domingo, 9 de janeiro de 2011

Posso Filosofar?


Algumas argumentações são válidas para justificar uma filosofia Latino-Americana. 
Imaginamos um filósofo ou uma filosofia elaborada em outro período. Será que essa teoria pode ser aplicada na nossa realidade? 
Podemos questionar: de onde surgiram os grandes filósofos? Os principais filósofos estudados são: gregos, italianos, franceses, alemães e norte-americanos. 
É contra essa hegemonia do pensar e desse eixo de pensamento, que justifica o surgimento da Filosofia da Libertação – um pensamento a partir da nossa realidade. 


Os filósofos da Libertação não admitem, que por conta da forte carga contextual, histórico e política sofrida pela maioria dos países da América Latina, onde sempre fomos oprimidos, que nós latino-americanos não devemos reproduzir o nosso próprio modo de pensar. Já somos submissos economicamente, culturalmente, tecnologicamente... ainda querem nos impor nosso modo e jeito de pensar. Precisamos ter autonomia filosófica.
Por isso, é que se fez necessário o surgimento de uma filosofia próxima e ligada ao contexto histórico e real do nosso emergente continente. E que outra filosofia deveria surgir em terra tão explorara e escravizada pelos grandes países desenvolvidos, senão a Filosofia da Libertação? 
Libertar o povo da opressão, do medo e da incerteza e da própria dependência dos desenvolvidos. 


Os europeus invadiram o nosso continente, e não descobriram como muito dizem – ou querem afirmar. Então se fomos escravizados e explorados por homens, devemos ser libertos por homem – esse é o eco da Filosofia da Libertação. Ou seja, somente o ser humano explorado, e consciente dessa alienação poderá mudar o contexto e libertar definitivamente a América explorada.
Se retomarmos toda a história de colonização da América, veremos á exploração em todas as esferas. Fomos e somos roubados. Desculpem explorados, tanto humanamente, quanto biologicamente – cadê nossas riquezas naturais e minerais. Além de tudo somos mão de obra barata.
Por curiosidade fui numa entidade de curso superior de Filosofia, não revelarei o nome por questão ética. Nessa instituição indaguei: por que a Filosofia da Libertação não entrava na grade como Filosofia da América ou Filosofia Continental? O diretor do curso contra argumentou dizendo: depois da Filosofia Metafísica do sujeito moderno não se fez mais filosofia.
É como se a história da filosofia houvesse estagnado nesse período. Isso é passível de muito debate. 
O nosso povo conhece como ninguém o que é passar fome, ser humilhado e desprovido de dignidade.
Penso que é necessário uma corrente filosófica que realmente contemple os problemas da nossa realidade. 
A Filosofia da Libertação não é uma forma mágica, mas um bom ponto de partida.

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