Alguns historiadores dizem “Idade das Trevas”
Com a queda do Império Romano, houve a formação da civilização medieval na Europa, digamos que essa civilização tinha uma mistura cultural, ou seja, misturava a cultura grega, romana, bárbara e cristã.
Houve também uma tentativa para que fosse criado um grande Império Cristão e Europeu, que foi impulsionada pelos reis carolíngios, que viviam no Reino Franco, a primeira conquista foi a vitória sobre os árabes, devemos lembrar que com as Guerras Santas os árabes conquistaram bastantes terras, porém quando foram atacar o Reino Franco, foram barrados pelo General franco, Carlos Martel. Depois veio Pepino, o breve, que fez acordo político com o papa, nesse acordo ele enviaria soldados a Roma para que o Papa torna-se rei e em troca o Papa iria apoiar seu governo, que bonito não é? A Igreja reatando com o Estado, por isso que muitos historiadores dizem que no período medieval a Igreja “controlou” a vida das pessoas, até por que tudo estava ligado à igreja!
Um dos comandantes mais famosos do Império Carolíngio foi Carlos Magno, foi durante o comando de Carlos Magno, que o Império se alargou, para se ter uma noção, o Império era tão grande quanto o antigo Império Romano, impressionante não?
As mudanças na economia e na sociedade
Durante a Idade Média, tudo estava se transformando, já que as cidades perderam importância, pois as pessoas começaram a ir para o campo trabalhar nas terras dos ricos donos de grandes propriedades, vale ressaltar que essas propriedades em si eram alto suficientes, ou seja, quase não precisavam comprar nada de fora, em decorrência disso, houve também a desvalorização do comercio e junto à desvalorização da moeda, já que se não tinham compra nem venda, para que existir moeda?
Bom, de fato houve modificações, com isso a vida se tornou bem mais simples que no Império Romano. Com o esvaziamento das cidades e a vida voltando-se para a zona rural, nas grandes propriedades, houve a formação dos feudos, mais como os feudos eram muito grandes, então o dono dessas terras, que passou a ser chamado de Senhor Feudal (nobre dono de toda a terra), dividiu elas e deu a pessoas de confiança, essa pessoa que recebia um pedaço da terra era chamada de vassalo, e o Senhor Feudal, era o seu suserano. Os nobres também não eram obrigados a ter obrigações com o monarca (Rei), mais antes que comece a haver “nós” em nossas mentes, preste atenção no esquema abaixo:
Imagine que o Brasil de hoje fosse a Europa do Século V, e que o nosso presidente fosse o rei dela, só que esse rei não mandava em nada, cada estado, é uma grande propriedade de terra que pertence a pessoas diferentes, e essas pessoas não precisam dar satisfação ao rei. Essas pessoas donas desses estados são chamadas de Senhores Feudais, pois são donos dos próprios feudos que eram independentes uns dos outros, então, para se ficar mais fácil a administração desses feudos, os Senhores Feudais dividem eles e dão partes de terras a pessoas de sua confiança, essas pessoas são chamadas de vassalos, e tem os Senhores Feudais como seus suseranos, ou seja, eles tinham um “relacionamento” de vassalagem e suserania, que tinha algumas obrigações entre eles, como o Suserano deveria proteger o vassalo, e o vassalo pro sua vez deveria fazer parte do exercito do suserano, pagar resgates, pagar taxas, e etc.
Então, creio que assim tenha ficado mais fácil de entender como funcionava um feudo. A base de economia feudal era agrária, e a riqueza era determinada a partir da quantidade de terra que se tinha, pois nessas terras se plantavam de tudo, trigo, ervilha, cevada, lentilhas, aveias, etc. Claro que como de costume isso tudo dependia do duro trabalho dos servos camponeses, e ainda por cima o senhor feudal não investia nada, muito pelo contrário, eles ainda tinham que pagar alguns tributos como:
· Talha: Parte da produção do que os servos produziam eram destinadas ao senhor feudal
· Corvéia: Trabalho compulsório feito pelos servos durante alguns dias nas terras dos Senhores Feudais
· Banalidade: Taxa paga para que se pudesse usar, forno, moinho, celeiros, etc.
· Mão-morta: Taxa paga pelo servo que morria
· Dízimos: Os servos deveriam entregar 10% de toda a produção para a igreja.
· Tostão de Pedro: Taxa paga anualmente a Roma.
Dentro dos feudos não se existiam a escravidão, ou seja, os servos não pertenciam aos senhores feudais bem como eles também não eram livres, por exemplo, se o servo quisesse ir a algum lugar que não fizesse parte dos limites do seu feudo, ele deveria pedir autorização ao senhor feudal.
Enquanto os nobres ficavam numa vida super confortável sem precisar trabalhar, os servos não podiam dizer a mesma coisa, eles tinham que trabalhar todos os dias, sem descanso durante horas, porém eles não podiam se rebelar, primeiro por que os Senhores Feudais tinham seus próprios exércitos particulares super treinados armados dos pés a cabeça, segundo que a igreja dizia que os servos deveriam obedecer às ordens feudais, caso contrário estariam contrariando a vontade de Deus (perceba que a Igreja “manipulava” as coisas, pois será que realmente, eles estariam contrariando a vontade de Deus caso não obedecessem às ordens dos Senhores Feudais?), a igreja chamava as revoltas de heresias, que é um crime contra a fé.
Talvez isso não espante tanto, pelo fato de sabermos que durante a Idade Média a igreja tinha praticamente um poder incontestável, seja ele político, religioso ou cultural, e o pior de tudo e que a maioria da população acreditava no que a igreja dizia. Há historiadores que dizem que a Igreja foi a instituição mais poderosa da Idade Média, a Igreja era responsável pela produção de livros, e segundo o clero a sociedade era organizada por Deus.
As Cruzadas
Eram expedições religiosas e militares que tiveram inicio em 1096, foram no total de dez cruzadas que tinham como rumo a Terra Santa (Jerusalém), muitas pessoas deram apoio a essas expedições, inclusive o papa Urbano II, que tinha como objetivo afirmar sua liderança no mundo cristão. Na ultima cruzada Jerusalém estava sobre o controle dos turcos e os cristãos foram expulsos do Oriente.
Cultura Medieval
A principal fonte cultural para inspiração durante a idade média foi o cristianismo, para se ter uma noção as obras em si eram quase todas retratando Jesus Cristo. Músicas e filósofos estavam também ligados a igreja.
Na arquitetura prevaleceu o estilo românico, que constituía as grandes catedrais terem linhas arquitetônicas que acompanhassem formas geométricas simples, porém, a partir do século XII, o estilo românico deu lugar ao gótico.
A mentalidade medieval estava ligada ao teocentrismo, ou seja, Deus no centro de tudo, obviamente pelo fato de as pessoas serem muito religiosas, até por que não se dava importância a natureza, para as pessoas o ser humano só seria puro se ficasse afastado da natureza.
O método de ensino nas universidades era chamado de escolástico, ou seja, os alunos liam textos enormes e debatiam entre eles, claro, sem questionar o que o auto do texto dizia.
As mudanças estão chegando
Aos poucos a sociedade medieval mudava e lentamente o comércio e as cidades recuperavam sua importância, mais iremos ver isso somente no próximo post, quando iremos falar das grandes mudanças que ocorrerão e iremos falar sobre o renascimento.
Fazendo uma comparação paralela entre a sociedade feudal e a sociedade atual, vemos que talvez não haja uma diferença grande, pois ela era uma sociedade em que se predominava a servidão onde prevalecia à vontade dos senhores, e hoje quem são os senhores da atualidade? Os grandes grupos políticos que “prevalecem” sobre a sociedade...