Nas férias de Julho li essa linda obra de Nicholas Sparks como sempre uma lição de vida. Só em pensar que tinha pré-conceito, quando meus alunos falavam Pro leia também eu falava não essa e uma leitura de adolescente, agora eu sou mais adolescente de todos. Vamos lá
Noah e Allie. Poderia ser simplesmente mais uma história de amor, daquelas que nas páginas dos livros românticos soam piegas e destilam excessivo mel. Mas esta não é uma narrativa comum, como as que povoam as estantes das livrarias e as bancas de jornal. Talvez porque Nicholas Sparks seja um autor realista, convicto dos sentimentos que realmente unem um casal, principalmente após tanto tempo de convivência.
Esta história poderia acontecer em qualquer tempo, lugar, e seja com qual par amoroso for. É possível sentir, em cada descrição do escritor, os sentimentos vibrarem; daí a identificação do leitor com cada emoção, os temores, incertezas, exaltações, alegrias dos protagonistas, além do amor intenso que nutrem um pelo outro.
O enredo tem início no tempo atual, quando um senhor da maior idade narra uma história a uma mulher que se encontra mais ou menos na mesma faixa etária. Ele repete incansavelmente a mesma narrativa, diariamente. Trata-se da paixão que nasceu no verão de 1932 entre Noah e Allie, dois jovens separados pelos preconceitos sociais e familiares, uma vez que a jovem pertencia a uma classe social superior, e ele era um singelo garoto do campo.
Quinze anos mais tarde seus destinos se cruzam novamente, quando ela consegue identificar o rapaz que amou através de uma foto sua publicada no jornal, em um artigo que discorria sobre uma obra de restauração numa antiga residência. Noah agora traz consigo as feridas abertas no corpo e na alma, uma herança da Segunda Guerra Mundial, o que lhe fortalece o espírito, embora preserve sua pureza. Esta qualidade, aliada à verve poética por ele desenvolvida, encanta Allie e redesperta a antiga paixão, apesar da jovem estar noiva.
Mais uma vez as circunstâncias tentam separar os amantes, mas agora Allie se sente mais forte para lutar por seu amor, e a partir de então eles vivem uma linda história, mais madura do que a vivenciada na adolescência. Porque, questionaria o leitor, este idoso insiste em narrar esta história a uma senhora que parece tão desatenta e alheia ao seu conteúdo?
Aí é que entra o diferencial deste enredo. O misterioso senhor aguarda pelo milagre do amor, que pode restituir a sua amada as lembranças do sentimento vivido por ambos na adolescência e ao longo da vida. Ele sofre com sua ausência de emoções, que lhe deixa carente da sua afetividade, da paixão que sempre os uniu. Em alguns instantes, porém, o idoso vê uma luz se acender na sua memória, quando repentinamente a senhora se lembra do passado e abraça o antigo amante, até que o mal de Alzheimer a torne novamente cativa do esquecimento.Quanto ao filme e simplesmente emocionante
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