Quando criança, sempre fui muito tímido, mas adorava recitar. Conhecia muitas poesias infantis e ficava em frente ao espelho decorando e recitando (somente o espelho e eu). Certo dia, o diretor do colégio entrou em nossa sala e perguntou se havia alguém que sabia declamar. Automaticamente, levantei a mão (até hoje não descobri quem empurrou minha mão para cima, pois com o tamanho da minha timidez, poderiam ser todos, menos eu). Estava, então, com nove anos. Ele me chamou para fora da sala e vi que já havia algumas crianças com ele. Levou-nos até sua sala, onde estavam mais alguns professores, e pediu a cada um de nós que declamasse alguma poesia. Eu só queria que o mundo acabasse naquele momento... Sentia vergonha de declamar e sentia vergonha de dizer que não iria fazê-lo. Quando chegou minha vez, abri a boca para dizer que não queria, mas comecei a declamar a primeira poesia que me veio à cabeça. Lembro que a primeira frase saiu tremida, mas fechei os olhos, imaginei-me em frente ao espelho e “mandei ver”...
Não me lembro exatamente que poesia era, mas, quando todos terminaram, após confabular com os outros professores presentes, ele nos disse o porquê de tudo aquilo. O jornal do Bairro no qual não me lembro mas o nome, estava lançando um concurso estudantil de declamadores, para crianças na minha faixa etária e a escola havia sido convidada a participar. E que eu acabava de ser a escolhido para representá-la...
Acho que ninguém pode imaginar o que eu passei naquele instante. Não sabia se ria ou se chorava. Lembro-me que a partir de então, ele selecionou duas professoras para me treinar e todas as tardes ficava com elas ensaiando. Elas me selecionaram a poesia “Pássaro Cativo” de Olavo Bilac e me pediram para decorar. Foi com ela que participei da primeira eliminatória com crianças das escolas da cidade inteira. É inacreditável, mas eu estava calmo... Fiquei entre os dez classificados. Eu não acreditava nisso, mas era verdade.
Não me lembro que classificação peguei. Mas, não ganhei...rs.Não me lembro exatamente que poesia era, mas, quando todos terminaram, após confabular com os outros professores presentes, ele nos disse o porquê de tudo aquilo. O jornal do Bairro no qual não me lembro mas o nome, estava lançando um concurso estudantil de declamadores, para crianças na minha faixa etária e a escola havia sido convidada a participar. E que eu acabava de ser a escolhido para representá-la...
Acho que ninguém pode imaginar o que eu passei naquele instante. Não sabia se ria ou se chorava. Lembro-me que a partir de então, ele selecionou duas professoras para me treinar e todas as tardes ficava com elas ensaiando. Elas me selecionaram a poesia “Pássaro Cativo” de Olavo Bilac e me pediram para decorar. Foi com ela que participei da primeira eliminatória com crianças das escolas da cidade inteira. É inacreditável, mas eu estava calmo... Fiquei entre os dez classificados. Eu não acreditava nisso, mas era verdade.
Só me lembro das professoras (Rosana e Elisete) tentando me consolar. Mas o que elas não sabiam é que para eu havia uma vitória que somente eu conseguia identificar. Eu conseguira falar em público! Eu havia vencido minha timidez e, desde então, muita coisa mudou em minha vida. Pude até fazer Magistério ,teatro, História e hoje sou Professor de História e Filosofia que era um dos meus sonho de Infância meu sonho e ... RS...bem, essa é uma outra história que fica para uma outra vez...
Nossa, você tem boa memória. Muitas coisas eu não lembro da minha infância. Apesar dessa sua história ter realmente te marcado. Eu lembro que eu não era tímido, pelo contrário, era estravagante até demais, falava com todos, sorria para pessoas desconhecidas, enfim, mas, com o passar do tempo eu fui engessando e acabei ficando muito tímido, mas, muito tímido.
ResponderExcluirTodas as escolas particulares em que eu estudei, possuam uma forte filosofia cristã (algo que eu não questionava) e, recordo que quando bem pequeno - deveria ter uns 4 ou 5 anos -, eu interpretei um dos reis magos em uma encenação de final de ano na escola. Mas, confesso que eu sempre quis os papéis principais (que, ao meu ver, ficavam sempre com os meninos mais 'sem noção' da classe/escola).Lembro que eu já cantei quando pequeno na escola.
Coisas que eu não faria hoje, mas, é tão bom voltar a algumas lembranças, apenas algumas, do passado. E analisar como você 'evoluiu', ou melhor, amadureceu, criou traumas, pânicos, medos e, ao mesmo tempo, criou coragem, teve força, perseverança, confiança e alegria, etc.
No post, você falou sobre uma professora chamada Rosana e, esse nome é um nome tão especial para mim, pois, é o nome da professora da primeira série, que eu amo. Saudades. Agora, eu não sabia que a legislação brasileira poderia responsabilizar os blogueiros pelos comentários! É bom saber... rsrs