domingo, 26 de junho de 2011

O Leitor




Feriadão Bom  na Quinta-feira passei 8h do meu dia envolvido com “O Leitor” li o livro e depois assistir o filme com minha namorada. Me envolvi tanto com o livro e depois com  o longa, sensacional.
 Michael estava voltando para casa de trem numa tarde como outra qualquer. Doente, ele foi encontrado passando mal no meio da rua por, Hanna que pára, lhe presta auxílio e depois o acompanha até em casa. O médico recomenda que Michael fique de cama por algumas semanas para se recuperar.
Mais de um mês depois, Michael resolve levar flores para aquela que o ajudou, como forma de agradecimento. É nessa pequena visita que ele começa a realmente reparar em Hanna - e a desejá-la. Ele foge quando percebe que ela o viu espiando enquanto ela se trocava, mas retorna no dia seguinte para se desculpar. Para sua surpresa, Hanna não o repreende. Pelo contrário, se aproxima e dorme com ele. Os dois passam a viver uma história intensa, marcada a dúvidas, promessas e livros que Hanna repetidamente pede que Michael leia para ela. Porém, quando fica claro que há um abismo crescente entre a realidade de cada um, Hanna resolve abandoná-lo e sumir para sempre de sua vida.
Anos se passam. Michael termina a escola e vai para a faculdade. Começa a cursar Direito, e nunca mais teve contato com Hanna, sumida na vida. O destino os reúne, contudo, quando, numa visita ao tribunal, Michael assiste ao julgamento de antigas policiais nazistas- entre elas Hanna. Quando o cerco se fecha para ela, Michael é o único que sabe da verdade que poderá resultar na sua libertação. Como era analfabeta, Hanna sempre escolhia as mais novas para que lessem os romances para ela, antes que as encaminhassem para a morte. Uma belíssima metáfora, para uma personagem que fugiu do amor adolescente e acabou metaforicamente tentando matar esse amor, em cada adolescente que encaminhava para a morte. Acusada de ser uma das funcionárias de Hitler, portanto culpada pela morte de cerca de 300 mulheres, queimadas.
Os valores humanos são postos em cheque quando vemos que o garoto recusa-se a defender Hanna, que acusada pelas “amigas”, assume o crime  sozinha.

O filme me perturbou. Winslet está impagável como Hanna e sua interpretação lhe valeu o Oscar e o Globo de Ouro pelo papel. Hanna é daquelas mulheres condicionadas pelo sistema, que arrebanha suas ovelhas e as fazem pagar caro, pelos erros alheio.
A colaboração voluntária desta mulher nos campos de concentração é o que está em julgamento. Quantos não acataram as ordens de Hitler, sem ter a noção de crueldade ao qual estavam se submetendo? Até que ponto os carrascos do holocausto poderiam ter impedido o genocídio?
Essa “responsabilidade moral” é o que provoca – também – o julgamento do expectador. Culpar Hanna ou não? Eis uma das questões – pertinentes – do filme.
Como era analfabeta, Hanna sempre escolhia as mais novas para que lessem os romances para ela, antes que as encaminhassem para a morte. Uma belíssima metáfora, para uma personagem que fugiu do amor adolescente e acabou metaforicamente tentando matar esse amor, em cada adolescente que encaminhava para a morte.
Hanna sobreviveu à própria ignorância, aos anos  enclausurada, ao rótulo de assassina. Só não sobreviveu a perda do amor, esse sim o grande vilão de sua história.


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