Conta a lenda que a mãe de Alexandre, Olympia, no momento da concepção, sonhou que uma serpente entrou silenciosamente no seu quarto. Insinuando-se entre os cobertores, deslizou entre suas pernas e seus seios, e a possuiu sem machucá-la. E o seu sêmen se misturou com aquele que o marido, o rei Filipe 2º, lhe dera momentos antes de ser vencido pelo sono e pelo vinho.
Alexandre era filho de Filipe da Macedônia, que se tornou rei em 338 a.C., dominando toda a Grécia, com exceção de Esparta. Aos 13 anos recebeu como preceptor ninguém menos que Aristóteles, um dos homens mais sábios de sua época e de todos os tempos. Com ele, Alexandre aprendeu as mais variadas disciplinas: retórica, política, ética, ciências físicas e naturais, medicina, geografia; e conheceu as obras de autores como Eurípides e Píndaro.
Ao mesmo tempo, o príncipe se interessava pelas artes marciais e pela domesticação de cavalos. Na arte da guerra, Filipe 2º, militar experiente e corajoso, instruiu o filho com conhecimentos de estratégia e de comando. Alexandre, com 18 anos, pôde mostrar seu talento quando, à frente de um esquadrão de cavalaria, venceu o batalhão sagrado de Tebas, na Batalha de Queronéia, em 338 a.C.
Depois do assassinato de seu pai em 336 a.C., Alexandre assumiu o trono da Macedônia enfrentando resistência em algumas cidades gregas. Com o poder nas mãos, o jovem rei que viria a ser conhecido como Magno (ou o Grande) deu início à expansão territorial do reino e ao seu ambicioso projeto de conquistar o Império Persa. Contava com um exército poderoso e organizado, dividido em infantaria, cuja principal arma eram lanças de grande comprimento, e em cavalaria, que constituía a base do ataque rápido ao inimigo.
Em 334 a.C., Alexandre cruzou o Helesponto - o estreito de Dardanelos, na atual Turquia -, e já na Ásia avançou até o rio Granico, onde enfrentou os persas pela primeira vez e alcançou a vitória. Prosseguiu triunfante em sua jornada, arrebatando cidades aos persas, até chegar a Górdia. Diante das perdas, o rei da Pérsia, Dario 3º, foi ao encontro do inimigo. Na batalha de Isso, em 333 a.C., consumou-se a derrota dos persas e começou o ocaso do grande império.
Em seguida, Alexandre empreendeu a conquista da Síria em 332 a.C. e entrou no Egito. Seu sonho, além de aumentar em poder e em glória, era unir a cultura oriental à ocidental. Respeitou os antigos cultos aos deuses egípcios e até se apresentou no santuário do Oásis de Siwa, onde foi reconhecido como filho de Amon e sucessor dos faraós. Mas a tendência à fusão das duas culturas gerou desconfianças entre seus oficiais macedônios e gregos, que temiam um excessivo afastamento dos ideais helênicos por parte de seu monarca.
Em 332 a.C. fundou, no Egito, Alexandria cidade que viria a converter-se num dos grandes focos culturais da Antigüidade. Um ano depois, Alexandre enfrentou novamente Dario 3º na batalha de Gaugamela, cujo resultado determinou a queda definitiva da Pérsia em poder dos macedônios. Morto Dario, Alexandre foi proclamado rei e sucessor da dinastia persa em 330 a.C.
No ano 328 a.C casou-se com Roxana, filha do governante da Bactriana, com quem teve um filho de nome Alexandre 4o. Em 327 a.C. dirigiu suas tropas para a Índia, onde fundou colônias militares e cidades, entre as quais Nicéia e Bucéfala, às margens do Rio Hidaspe. Ao chegar ao Rio Bias, porém, suas tropas, exaustas, se negaram a continuar.
Alexandre decidiu regressar à Pérsia, viagem penosa, sob o ataque de povos hostis, na qual foi ferido mortalmente e acometido de uma febre misteriosa, que nenhum de seus médicos soube curar. Alexandre morreu na Babilônia, a 13 de junho de 323 a.C., com apenas 33 anos.
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