quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Liga/Guerra dos Peloponeso



A Liga ou a Guerra do Peloponeso foi uma aliança estabelecida entre várias cidades na Grécia Antiga, tendo Esparta como cidade organizadora.
Durante o século VI a.C., a Grécia sofreu uma série de invasões dos persas. Foram três os momentos de verdadeira guerra entre persas e gregos. No intervalo entre a segunda e a terceira tentativa de invasão à Grécia, Atenas organizou, sob seu comando, uma liga envolvendo as cidades gregas para que pudessem se preparar para futuras invasões dos persas. A aliança que foi formada recebeu o nome de Liga de Delos e realmente foi útil para mais um conflito contra os persas, mas que, por sua vez, já estavam bem enfraquecidos.

Atenas reunia as cidades da aliança e cobrava impostos com o argumento de que seriam para prevenção em caso de nova invasão, o que não aconteceu mais. Com essa política, o poderio da cidade-estado de Atenas cresceu muito entre os gregos. O uso do poder passou a ocorrer de forma exploratória, já que a cobrança que Atenas fazia era desnecessária para a realidade que viviam, gerando um caráter autoritário.

A situação vivida sob a Liga de Delos gerou desconforto entre outras várias cidades gregas. Foi então que Esparta reuniu cidades para uma insurreição e contestação à autoridade ateniense. Esparta sempre foi conhecida por sua organização hierárquica e militar sólida, os espartanos se constituíam em um povo militarizado. Essa característica fez com que Esparta assumisse a liderança de uma nova aliança grega, surgindo então a Liga do Peloponeso. Os gregos participantes da nova aliança fizeram frente à tirania de Atenas na Liga de Delos, partindo para um combate direto. A organização militar de Esparta foi fundamental para decidir os rumos do conflito e tornar os espartanos líderes dos gregos.

Várias cidades aderiram ao ideal da Liga do Peloponeso, que passou a contar também com cidades que eram derrotadas ou abandonavam a Liga de Delos. Esparta mantinha o posto de centralidade da aliança que reunia um conselho de aliados para ser controlada. Não havia uma arrecadação constante de tributo como acontecia com a Liga de Delos, os impostos eram recolhidos apenas em ameaça de guerra para gerar fundos para o eventual combate. Mas havia uma superioridade de decisões que cabia somente a Esparta. Esta cidade era a única dotada do direito de convocar um congresso da liga e, por mais que toda cidade integrante da aliança tivesse direito a um voto, Esparta não era obrigada a seguir as resoluções propostas pela Liga de Delos e ainda tinha o poder de impor seus interesses.

Não havia exatamente uma aliança que proporcionasse direitos iguais a todos os membros da Liga do Peloponeso. O intuito de promover proteção e segurança recaia principalmente sobre Esparta, mas o desejo coletivo de combater a tirania, que havia sido promovida por Atenas à medida que seu poder se elevou na Liga de Delos, unia as oligarquias gregas.

A Liga do Peloponeso permaneceu ativa por muito tempo, suas atividades e poderio de Esparta ainda estavam presentes no século IV a.C.. O fim da hegemonia de Esparta só aconteceu no momento em que se expandiu o poderio de Tebas, que conduziu à dissolução da Liga do Peloponeso.

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