terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O problema é não amar...



Existem pessoas que tem constrangimento  de amar. Que oculta. Que quando alguém chega perto, altera a voz de bebe, separa do beijo molhado, devolve as mãos para o bolso. Em compensação, existem pessoas que não tem timidez de emitir  grosserias, de berrar  pré-conceitos de difundir  desprezo. Existem pessoas  que acham bonito a distância. Existem pessoas que acham elegante separar. Mas qual é mesmo a questão de amar? Em alguma ocasião definiu-se que amar não é legal. Que amar aparenta fraqueza, que amar, assim, em público, para todo mundo ver, é praticamente bancar o bobo. Existem pessoas  que acham o amor uma dor de cabeça, algo a ser decidido, superado, transposto. Um engodo. Existem pessoas que chegam a evitar o amor, para se "preservar".

Que coisa. Hoje em dia, o que parece, é que amar é brega. Amar é brega? Depende. Amar escandalosamente, amar de corpo em corpo, amar a Deus dará é muito cool. Porque nosso mundo é feito de extremos. Se o caso é amar, tem que amar com furor, tem que fazer da vida uma maratona amorosa, tem que deixar rolar QUASE tudo o que tiver que acontecer. Então o amor se torna fashion. Aí sim, o povo vai, além de aplaudir, imitar. Então esse é o problema de amar!

 Amor comum, amor de cintilar  os olhos, amor de rir à toa, amor de falar bobo... Não tem graça. Não é notícia. Não move o mundo. Amor faz toda a gente ser afável  e para que serve a gentileza  em uma sociedade dura? Em uma sociedade onde vence quem tem menos escrúpulos? Quem pisa  nos outros com mais desenvoltura e menos piedade? Pisa e ops... Nem vi! Pisa e ops... Já era. Amar, todo mundo ama. Só que cada um escolhe a forma de amar. Amar pode ser esquisito, sim. Tem gente que ama de um jeito que seria melhor até nem amar. Tem gente que ama  doído, amargo, cruel. Tem gente que confunde amar com odiar. Tem gente que nunca foi amado e acaba achando que qualquer sujidade  que fizer já está de bom tamanho. Só que não está.

Tem que amar certo.Tem que pegar o amor que sente e transformá-lo. Porque o amor é criar. O amor é uma massinha de modelar. Dá para pegar o amor de dentro do peito e alterar em um bom-dia, em um agradável ambiente de trabalho, em uma visita aos amigos, em mais amigos, em um favor a alguém que precisa,  em uma saudação na rua, em um "pode passar" para o outro motorista, em um carinho na família, em uma história engraçada, em um consolo, um conselho, um lisonjeio, em uma palavra de estimulo em um ato humanitário, em um voto consciente, em defesa dos direitos de todos sem levar em conta os benefícios  individuais, em  um bom desejo para ajudar, em consciência, em benignidade, em bem-querer, em um dia maravilhoso, em uma alegria continua, em beijos demorados e fervente, em filhos cidadãos e boa gente, em um abraço gigante que alcance o mundo e a vida e a própria realidade. O amor não tem problema, não. O problema é não amar... Amor...

Um comentário:

  1. É complicado. Às vezes é melhor não amar para não se machucar. Quando se ama, você se entrega para um outro alguém, que talvez, pode não valorizar seu carinho, e até você mesmo. O problema não é 'amar', o problema, também, não é 'não amar'... O problema é se machucar.

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