quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Carlos Gomes


Hoje enquanto estava na FNAC achei um livro de Biografias de músicos Brasileiros , me lembrei das minhas primeiras aulas de História da Música comecei a ler então sobre o primeiro compositor brasileiro a conquistar notoriedade internacional, Antonio Carlos Gomes nasceu em Campinas (SP). Seu pai, um mestre de banda, teve ao todo 26 filhos só RS.... Aprendeu a tocar vários instrumentos e, aos 20 anos, dava aulas de música para ajudar no orçamento familiar. Cedo manifestou-se seu talento para a composição. Aos 18 anos estreou sua primeira Missa, em que já se percebiam sinais de um estilo musical brasileiro, mais tarde presente em suas modinhas.

De temperamento difícil, seus frequentes conflitos com a família fizeram Carlos partir para Santos, aos 25 anos, e de lá, para o Rio de Janeiro, onde seria contratado como pianista ensaiador da Ópera Nacional. No Rio, compôs a primeira ópera, A Noite no Castelo, com libreto em português, encenada com grande êxito no Teatro Lírico em 1861.


Carlos Gomes (1836-1896) escreveu O Guarani, uma das principais óperas brasileiras
Dois anos depois, estreava uma segunda ópera, Joana de Flandres, que lhe valeu uma bolsa concedida por Dom Pedro II para estudar na Europa. Na famosa modinha, Quem sabe? e em algumas peças para piano no estilo de música de salão, como A Cayumba, Quilombo e Quadrilha - fica evidenciado o esforço para introduziu no ritmo europeu da polca um certo condimento afrobrasileiro - e nisso Carlos Gomes seria um autêntico pioneiro.

De fato, sua música combina a temática brasileira com o estilo italiano, influenciado pelas óperas de Verdi. Em 1870, aos 34 anos, estreou no Teatro Scala de Milão sua ópera mais conhecida, O Guarani, baseada no romance homônimo de José de Alencar. Encenada nas principais capitais européias, essa ópera consagradora lhe deu a reputação de um dos maiores compositores líricos de seu tempo. Num gesto precipitado, no intervalo da estréia, Carlos Gomes venderia por uma soma irrisória os direitos da obra ao editor De Lucca, que ficaria com os lucros a partir de então, restando ao autor apenas as glórias.

Sua produção operística inclui ainda Fosca (1873), Salvador Rosa (1874), Maria Tudor ( 1879) e O Escravo (1889). Em 1895 dirigiu O Guarani no Teatro São Carlos, de Lisboa, cidade em que recebeu a última homenagem: foi condecorado pelo rei Carlos I. No Brasil, viveu um momento de glória quando, consagrado na Europa, veio apresentar suas três óperas já famosas no Velho Continente - O Guarani, Salvador Rosa e Fosca - no Rio de Janeiro, em Salvador e no Recife. Foi recebido “como um príncipe e como um rei”, como escreveu ao Visconde de Taunay. Mas, ao apoio que recebeu do Imperador D. Pedro II, seguiu-se o pouco reconhecimento do novo governo republicano.

Seu retorno ao Brasil em 1895 foi melancólico. Já padecendo de um câncer de garganta, veio dirigir o Conservatório de Música de Belém do Pará, onde morreu três meses depois.

Nenhum comentário:

Postar um comentário