quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Caos e Efeitos


Já estou com saudades das minhas folgas de sexta-feira,  era o dia de corrigir provas, trabalhos. Fazer provas...  e claro passear. Nessas folgas fui ao Itaú Cultural  fui ver a exposição Caos e Efeito, organizada por cinco curadores extremamente  ativos no atual circuito artístico. Muitas obras, feitas por muitos artistas, foram repartidas em três andares do prédio da instituição. No primeiro andar constatei trabalhos atrevidos em que pinturas foram feitas sobre quadros de quebra-cabeças colocados, tendo alterado suas imagens de paisagens, de autoria de Alexandre Vogler. Em um primeiro instante não percebi a mediação da pintura, mas ao me aproximar eu pude notá-la. No mesmo andar havia um registro com textos e fotografias de uma ação muito original de Fernando Piola, que se "infiltrou" no 36º DP de São Paulo para substituir o jardim verde por outro de folhagem vermelha, em menção à luta da esquerda contra o regime militar na época em que o prédio era ocupado pelo DOI-CODI. No andar -1 estabeleceram-se tratos entre diferentes formas de arte, de diferentes épocas, a fim de sugerir uma discussão sobre as origens de uma questionável identidade nacional. Dentre as obras, pinturas e ilustrações do designer Alexandre Wollner. No espaço ao lado, curado por Fernando Cocchiarale, a exaltação foi dada à atitude transgressora de artistas a partir dos anos 70, incluindo a formação de coletivos. Em uma das paredes constatei um tipo de história em quadrinhos, mas montado, literalmente, em quadros emoldurados, feita pelo artista Ducha. Eram textos bem humorados escoltados de desenhos de alguns happenings. Mas este espaço estava comportado comparado ao que encontrei no andar -2. Antes de descer pela escada um aviso na parede atentava  para a não entrada de menores. Aos poucos fui desvendando onde estava o "caos" do título da mostra. Tive dificuldade de detectar e individualizar algumas das obras, visto que a anarquia da montagem misturava uma espécie de cenografia urbana decadente com as obras, constituindo quase que uma coisa só e que, segundo uma das monitoras, estava sendo incessantemente alterado. Gostei das pinturas tristonhas em telas grandes de Thiago Martins de Melo, com cores e climas que lembram filmes B de terror. Havia vídeos com registros de performances irritantes do Grupo Empreza e um vídeo com montagem pornográfica de Yuri Firmeza, em que ele exercia interação com ele mesmo.

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