sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Diário de Anne Frank



"12 de junho de 1942 - 1° de agosto de 1944. Ao longo deste período, a jovem Anne Frank escreveu em seu diário toda a tensão que a família Frank sofreu durante a Segunda Guerra Mundial. Ao fim de muitos dias de silêncio e medo aterrorizante, eles foram descobertos pelos nazistas e deportados para campos de concentração. Anne  inicialmente seguia  para Auschwitz e mais tarde para Bergen-belsen."

 Depois de 2 anos terminei O Diário de Anne Frank esse livro estava na minha lista de leitura há bastante  tempo,  e acabava sempre lendo outras coisas e ele ia ficando para trás. Como estou de férias então decide que terminaria ele  hoje e terminei.

 Se  trata de uma história real, de um diário de uma menina judia de 13 anos que teve que se esconder com toda sua família para tentar fugir dos hediondos do Holocausto.

 Como Professor de História o  tema da Segunda Guerra Mundial sempre me intrigou, mas ler uma história real como essa é algo que  me  marcou de uma forma muito estranha, pois por mais que todo mundo saiba as coisas horríveis que aconteceram neste período, ao ter contato tão direto com uma história como a de Anne não tem como não ficar perturbado com tanto horror.

O livro é excelente. Anne começa a escrever seu diário com 13 e acaba com 15 anos, e podemos notar  no início de sua narrativa sua ingenuidade diante de certos acontecimentos e  como Anne vai crescendo e amadurecendo ao longo desses 2 anos de confinamento.

Me identificar com Anne foi muito fácil, pois todos nós já passamos por aquelas apreensões da adolescência, situações em que não gostamos de ninguém, quando não sabemos se somos crianças ou adultos, o primeiro amor... enfim.. Anne me fez voltar e lembrar  de como me sentia quando tinha sua idade, da maneira  como eu via as coisas e como vejo hoje, como adulto,  assim como ela que reviu muitas de suas enunciações  no final de seu diário.

Algumas passagens do livro:

"Espero poder confiar inteiramente em você, como jamais confiei em alguém até hoje, e espero que você venha a ser um grande apoio e um grande conforto para mim.”
 - Anne Frank, 12 de junho de 1942

“Realmente, é de admirar que eu não tenha desistido de todos os meus ideais, tão absurdos e impossíveis eles são de se realizar. Conservo-os, no entanto, porque apesar de tudo ainda acredito nas pessoas, no fundo, são realmente boas. Simplesmente não posso construir minhas esperanças sobre alicerces formados de confusão, miséria e morte. Vejo o mundo transformar-se gradualmente em uma selva. Sinto que estamos cada vez mais próximos da destruição. Sofro com o sofrimento de milhões e, no entanto, se levanto os olhos aos céus, sei que tudo acabará bem, toda essa crueldade desaparecerá, voltarão a paz e a traquilidade.”
 - Anne Frank, 15 de Julho de 1944.

O livro não narra  somente do Holocausto, mas de como a família de Anne fazia para sobreviver se escondendo, das situações do cotidiano da família confinada, da opinião de Anne sobre os moradores da casa, suas atitudes, suas vidas e, principalmente, dos sentimentos e opiniões de Anne sobre tudo: amor, amizade, política, profissionalização das mulheres, sexo e educação.

Imagino que Anne era bem "a frente de seu tempo", isso da pra perceber claramente nos comentários que ela faz a respeito de muitos assuntos, nunca imaginei que o Diário de Anne pudesse ter tanto teor além do assunto da guerra.

Como Professor de História observei bem a  relação ao Holocausto, claro que a história é triste e por infinitos  momentos me peguei parando a leitura e refletindo  como aquelas pessoas conseguiram viver mais de 2 anos daquela maneira, fiquei triste ao perceber que eles foram presos apenas alguns meses antes da libertação, afinal, viveram mais de 2 anos daquela maneira uma tolice para serem presos quase no final da guerra...  é muito triste imaginar Anne, Margot, Peter e os outros nos campos de concentração, sendo mal-tratados daquela maneira absurda e principalmente saber que Anne morreu apenas 2 semanas antes do campo em que ela estava ser libertado. Por isso deixei pra ler o final do livro bem depois... já previa um final desses.

O livro é muito comovente,  daqueles que mesmo quando acabamos de ler ficamos pensando nele, sabem?  Vale  a pena, não só pela história de Segunda Guerra como também pela parte pessoal do diário de Anne.

É nebuloso saber que Anne não sobreviveu, pois francamente tenho certeza  que ela seria uma grande mulher, jornalista e escritora como queria, porém com certeza Anne deixou seu maravilhoso emissário, escrevendo um livro encantador  e de êxito mundial.

 Leitura Obrigatória! Esse eu mais que recomendo! Leiam

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